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PJ diz que é tempo de combater a exploração e o tráfico de seres humanos

Megaoperação da PJ envolveu mais de 400 inspetores e 35 pessoas foram detidas por suspeitas de tráfico de seres humanos.

SIC Notícias

O diretor nacional da Polícia Judiciária destaca o papel do poder local, de sindicatos e de Organizações Não Governamentais na operação realizada no distrito de Beja.

Luís Neves adianta ainda que é tempo de combater a exploração e o tráfico de seres humanos e antecipa o lançamento de mais operações, como a de quarta-feira, no Alentejo, que resultou na detenção de 35 pessoas.

“Ontem [quarta-feira] desencadeámos uma operação de grande envergadura, outras se seguirão, porque é tempo. Apesar de as vítimas nos seus países de origem terem vivido em condições que, do ponto de vista europeu e ocidental, não são aceitáveis, não é possível transportarem modos de vida, exploração e violência para o nosso território.”

Para o diretor da Judiciária, a atividade desta força policial - tanto ao nível da repressão, como da prevenção - "é um trabalho dos direitos humanos". Como muitas pessoas continuam a viver em "condições indignas", Luís Neves vinca que este é "um trabalho que tem de ser permanente" e que deve ser alargado a "outros territórios e outros estados" e citou o combate a esta realidade como "uma missão" da PJ.

“Há trabalhos que estão a ser feitos, há investigações. Há cerca de um ano, quando ocorreram questões graves do ponto de vista dos direitos humanos dos trabalhadores migrantes, dissemos que era um trabalho contínuo. E este é um trabalho contínuo da Unidade Nacional de Contraterrorismo para continuar a identificar e combater este flagelo: um conjunto de migrantes que criam riqueza no país, mas que são explorados nos seus direitos.”

Mais de 30 detidos

A PJ deteve na quarta-feira 35 pessoas de uma rede criminosa que contratava trabalhadores estrangeiros para a agricultura no Baixo Alentejo.

A rede era formada por estrangeiros, nomeadamente famílias romenas, e alguns portugueses que lhes davam apoio.

As vítimas de nacionalidades romena, moldova, marroquina, paquistanesa e senegalesa eram contratadas para explorações agrícolas em Beja, Cuba e Ferreira do Alentejo, entre outros locais.

Os 35 detidos estão "fortemente indiciados" pela prática de crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, entre outros crimes.

A operação envolveu cerca de 400 operacionais da PJ, em várias cidades e freguesias da região do Baixo Alentejo, que procederam ao cumprimento de 65 mandados de busca domiciliária e não domiciliária.

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