As associações que ajudam os mais pobres estão em grande dificuldade e pedem apoio. Dizem que os donativos de comida diminuíram, numa altura em que há mais pessoas a passar fome.
Das panelas tamanho XL do projeto Porta Solidária saem todos os dias mais de 300 pratos de comida. Mas com a perda de poder de compra das famílias e empresas, a solidariedade transformou-se numa vítima colateral da crise.
As âncoras do projeto, que funciona nas traseiras da Igreja do Marquês no Porto, são o Banco Alimentar Contra a Fome e a generosidade de famílias e empresas.
Quem bate a esta porta todos os dias são pessoas em situação de sem-abrigo, reformados e imigrantes do Paquistão e da Índia aprisionados à pobreza e que nesta porta encontraram uma tábua de salvação.
Mas na despensa, as prateleiras estão a ficar vazias. Tudo o que entra na cozinha improvisada do Centro de Apoio ao Sem-Abrigo, no Porto, são donativos de hipermercados, confeitarias e empresas.
São mais de 600 refeições que este projeto distribui quatro vezes por semana pelas ruas do Porto.
Com o aumento do preço dos alimentos e da energia, as associações que dão apoio aos mais carenciados também sentem o abalo da inflação e os donativos caíram a pique.
No Casa Porto, o número de refeições distribuídas triplicou, em comparação com os tempos pré-pandemia, mas os cabazes estão mais leves.