Henrique Gouveia e Melo, atual Chefe do Estado-Maior da Armada tem vindo a receber ameaças pessoais, na sequência de declarações que fez em março sobre os dois fuzileiros da Marinha suspeitos da morte de um agente da PSP, à porta de uma discoteca.
A notícia avançada pelo Correio da Manhã refere que as ameaças por telemóvel e por carta já estão na posse da Polícia Judiciária que, entretanto, já abriu uma investigação para tentar identificar os autores.
As ameaças terão também chegado a familiares diretos do atual Chefe do Estado-Maior da Armada.
Segundo o jornal, os suspeitos serão também militares e elementos de redes de segurança noturna.
Ao final da manhã deste domingo, em Setúbal, Gouveia e Melo disse aos jornalistas que se sente seguro e que tem total confiança nas autoridades.
MORTE DE AGENTE DA PSP
Fábio Guerra, de 26 anos, morreu a 21 de março, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Lisboa.
A PSP informou, na altura, que junto à discoteca se encontravam “quatro polícias, fora de serviço, que imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal”, acabando por ser agredidos violentamente por um dos grupos, formado por cerca de 10 pessoas.
Dois dos suspeitos envolvidos nas agressões, fuzileiros, estão em prisão preventiva indiciados na prática, em coautoria, de um crime de homicídio qualificado e três crimes de ofensas à integridade física qualificadas.
Dias depois, no funeral do agente, Gouveia e Melo foi muito duro nas palavras que proferiu e afirmou que “os acontecimentos (…) mancharam as nossas fardas independentemente do que vier a ser apurado”. Terminou a dizer: “não quero arruaceiros na Marinha, não quero bravatas fúteis, mas verdadeira coragem física e moral”.