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Com a Ómicron, "janeiro de 2022 será muito pior do que esperávamos"

Quem o diz é o médico André Peralta Santos, ex-membro da direção dos serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde.

SIC Notícias

Através da sua página na rede social Twitter, André Peralta Santos, que saiu no passado mês de setembro dos serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), prevê que o mês de janeiro "será melhor" do que o deste ano, mas considera que "estamos a cometer os mesmos erros do Natal passado".

"Janeiro de 22 (mesmo que fique tudo na mesma) será melhor que janeiro de 21 (graças a cobertura vacinal). Mas com a Ómicron, janeiro de 22 será muito pior do que esperávamos há três semanas", escreveu André Peralta Santos.

Face a este cenário, entende ser necessário "tomar uma decisão (já): prejudicar um setor da economia que envolve elevado risco de transmissão para ter um janeiro com menos doença e disrupção social". porque, sustenta, "não fazer nada é assumir um risco muito elevado de pressão elevadíssima nos hospitais".

"Mais medidas restritivas é uma decisão coletiva que temos de tomar, faço o meu papel em explicitar as escolhas. No ano passado decidimos aliviar restrições no Natal e pagámos caro essa decisão com um janeiro de 2021 de má memória", recorda André Peralta Santos.

O médico de saúde pública não deixa só alertas, sugere também soluções e dá um exemplo: a Dinamarca. "Para evitarmos o risco de voltarmos ao caos hospitalar de janeiro de 2021 é necessário implementar já algo semelhante à Dinamarca fez. Encerrar sítios onde há risco de super spreading (bares, discotecas, espetáculos), limitar lotações de espaços públicos" mas, sublinha, "com apoios públicos.

Caso contrário, e "se tudo continuar igual", Portugal "só fará um reforço de medidas não farmacológicas a 3 de janeiro, duas semanas depois do Reino Unido e da Dinamarca", sendo que, salienta, pelo meio teremos dois eventos "de elevado risco de transmissão", o Natal e o Ano Novo.

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