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Quem é João Rendeiro?

Conheça a história de vida do ex-banqueiro do Banco Privado Português, detido este sábado na África do Sul.

SIC Notícias

João Oliveira Rendeiro: quem é, afinal, este homem? Por onde andou, em 69 anos de vida?

Nasceu em Lisboa, em 1952, e, sem ser rico, o filho único de pais tardios chegou a banqueiro dos ricos depois de passar pelos Salesianos de Lisboa e pelo curso de Economia que completou no antigo ISEG.

Arriscou, igualmente, fazer um doutoramento no Reino Unido, que concluiu.

Em 2006, no auge do sucesso e engalanado pelo poder do dinheiro, numa entrevista ao Jornal de Notícias, Rendeiro recordou um único momento da infância: quando o pai o levava ao circo e nele se deixava atormentar pelo barulho dos leões.

Nessa longa entrevista, essa terá sido a sua única cedência à fraqueza.

"Para que lhe serve tanto dinheiro?" perguntava a jornalista, "para levar uma vida boa?": "sim", concordou sem hesitar.

10 anos antes dessa entrevista, em 1996, João Rendeiro fundou o Banco Privado Português, cinco anos depois de ter ganho os primeiro 15 milhões com a venda de um negócio que tinha comprado por 25 mil euros.

O BPP, com a sede transformada em santuário de arte moderna, foi a sua relíquia - dele e dos seus 600 acionistas e 3 mil clientes, tendo o seu sucesso durado 22 anos.

Em 2008, o BPP deixou de conseguir esconder o caos e estatelou-se, deixando 6 mil lesados de mãos a abanar, a quem ficou a dever 1,6 mil milhões de euros.

A falência do BPP foi decretada em 2010 e todos os ativos somados só chegam a 700 milhões de euros: alguns receberam tudo, outros ainda não receberam nada.

No entretanto, entre tribunais e a crescente solidão social, alimentou um blog, lançou livros e deu entrevistas onde aparentava viver numa realidade paralela.

Em 2011, a justiça apreendeu-lhe 124 obras de arte que, mesmo ficando à guarda do banqueiro falido e da mulher, seriam garantia para indemnizar os lesados.

Depois da fuga, a PJ visitou as obras e descobriu algumas ausências e outras falsificações.

A coleção, que críticos de arte entendem não ter propriamente a lógica de uma coleção, está, ainda assim, avaliada em muitos milhares de euros.

Entre surrealistas e pós-impressionistas portugueses e neoexpressionistas estrangeiros, as paredes e os recantos da mansão do casal Rendeiro acomodavam também esculturas de perder a cabeça.

Rendeiro desfruta agora de sete metros quadrados de cela.

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