Um engenheiro de 38 anos é suspeito de ter ateado 16 fogos florestais nos últimos cinco anos, utilizando retardadores de ignição. Um dos incêndios é causa deflagrou este domingo, na Sertã, e foi entretanto controlado.
A Polícia Judiciária (PJ) acredita que o homem – entretanto detido e a aguardar o primeiro interrogatório – é responsável por milhares de hectares ardidos nos concelhos da Sertã, Proença-a-Nova, Oleiros e Vila de Rei. O primeiro incêndio remonta a 2017.
O incêndio de Mação, em 2017, foi uma tragédia menor entre os fogos que marcaram esse ano. Em julho, as altas temperaturas e o vento forte levou as chamas a ameaçar casas na região, não tendo provocado feridos ou vítimas mortais. Arderam 33 mil hectares de floresta e mato.
Cinco anos depois, a PJ deteve o suspeito de atear esse e outros 15 incêndios nos últimos cinco anos. Trata-se de um engenheiro eletrotécnico de 38 anos, solteiro, e que habita na região do Pinhal Interior.
As autoridades acreditam que agia sozinho e que montava, de forma meticulosa, os temporizadores com chama retardada. Ao todo, as autoridades encontrara, ao longo dos anos, 16 engenhos destes. Através dos retardadores, o suspeito conseguia estar longe do local da ignição quando a combustão iniciasse.
Este domingo, o suspeito terá iniciado quatro fogos na Sertã. Não sabia, no entanto, que estava a ser alvo de localização celular – métodos que são raros na investigação de fogo posto. Também o suspeito não enquadra no perfil de incendiário débil e analfabeto.
A investigação avança que não há mortes ou feridos relacionados com os incêndios ateados pelo suspeito. No que toca à área ardida, os hectares desaparecidos contam-se aos milhares. Só em 2020 sumiram 19 mil hectares nos concelhos de Proença-a-Nova e Oleiros.
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