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Advogados acreditam que Rosa Grilo e o amante vão ser absolvidos de homicídio

Em causa está o homicídio do triatleta Luís Grilo.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

SIC Notícias

A advogada de Rosa Grilo acredita na absolvição da cliente, porque diz que foram cometidas irregularidades na obtenção das provas, na investigação à morte do triatleta Luís Grilo, a 15 de julho de 2018.

Rosa Grilo e o amante António Joaquim são acusados do homicídio do triatleta.

A defesa do arguido acredita apenas numa condenação por posse de arma proibida e não por homicídio, ou seja, pena suspensa.

MP pede penas acima dos 20 anos

Apesar daquilo que os advogados defendem, o Ministério Público pediu esta terça-feira penas de prisão acima dos 20 anos, tanto para Rosa Grilo, como para António Joaquim.

No Tribunal de Loures, onde está a decorrer o julgamento, o procurador Raul Farias defendeu as penas, dizendo que ambos planearam, delinearam e executaram um plano que tinha em vista matar a vítima.

Segundo a acusação, o crime foi cometido para que Rosa Grilo e António Joaquim pudessem assumir a relação extraconjugal e ficarem com cerca de 500 mil euros, provenientes de seis seguros.

De acordo com a Lusa, o procurador admitiu que a prova pericial e testemunhal contra o arguido "é zero", sustentando, no entanto, que foi António Joaquim quem disparou e matou Luís Grilo.

Raul Farias justificou esta conclusão com o facto de a arguida "não saber disparar" e por "desconhecer como é que o marido foi morto", uma vez que esta afirmou ter ouvido dois tiros, quando, na verdade, a autópsia confirmou que Luís Grilo foi morto com um disparo único.

A acusação

A acusação do Ministério Público refere que o disparo foi feito por António Joaquim na presença da arguida, mas para o procurador a arguida não estava presente.

A acusação refere também que o casal embrulhou o corpo do triatleta em roupa e plásticos, e depois transportou-o num carro desde a sua casa até a um terreno em Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.

No entanto, Raul Farias defendeu esta terça-feira em tribunal que apenas Rosa Grilo transportou o corpo, que viria a ser encontrado um mês depois, em agosto de 2018.

No entender do Ministério Público, ficou provado em julgamento "um conjunto de prova que configura com forte e sério grau de seriedade de que António Joaquim participou no sentido de ter auxiliado a transportar o corpo do quarto de hóspedes para a garagem", mas não que tenha participado no transporte do cadáver desde as Cachoeiras até Benavila.

As "falhas de comunicação"

No tribunal, de acordo com a Lusa, o procurador admitiu que houve "facilitismo" e "falhas de comunicação" da parte da investigação da Polícia Judiciária e do Laboratório de Polícia Científica da PJ, nomeadamente no que diz respeito às perícias realizadas.

No entanto, recusou a tese da defesa dos arguidos de que tenha havido contaminação de prova ou quebra da cadeia da custódia da prova.

Corpo encontrado um mês depois

Luís Grilo foi morto a 15 de julho de 2018, mas só foi encontrado um mês depois do desaparecimento.

O corpo do triatleta foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, em Portalegre.

Luís Grilo terá sido morto enquanto dormia no quarto de hóspedes da casa do casal, em Cachoeiras, Vila Franca de Xira, Lisboa.

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