País

Um governo com cinco ministras? Sim, mas esse recorde já era de 2009

Paridade, igualdade, quotas. São expressões cada vez mais ouvidas na política nacional. O Governo não é o melhor exemplo neste campo, mas hoje deu um passo em frente com a entrada de mais duas mulheres para o Conselho de Ministros. Há agora cinco ministras, o que iguala um recorde de... 2009, no segundo Governo de José Sócrates.

O Rei Filipe VI de Espanha presidiu a um momento histórico no Palácio da Zarzuela em Junho, quando deu posse aos dezassete ministros do novo governo de Pedro Sanchéz. Dos 17 membros do executivo espanhol, onze pastas estavam destinadas a mulheres, incluindo algumas das simbolicamente mais pesadas. Sanchéz tem uma vice-primeira-ministra e destinou pastas como a Defesa, a Justiça, as Finanças ou a Economia a ministras .

Marcelo Rebelo de Sousa não vai ter uma novidade tão grande pela frente, quando, esta segunda-feira, assitir à posse dos novos ministros do XXI Governo Constitucional. Apesar disso, será um momento raro, em que duas novas ministras - Graça Fonseca e Marta Temido - se juntam às outras três que estão no Executivo desde o primeiro dia: Maria Manuel Leitão Marques, Francisca Van Dunen e Ana Paula Vitorino.

É um avanço para um Governo que até já tinha tido quatro ministras, mas que com a demissão de Constança Urbano de Sousa, tinha regredido para três mulheres no Conselho de Ministros, um número que já não se verificava desde o primeiro Governo de José Sócrates, quando Ana Jorge, Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Pires de Lima eram as únicas ministras

Os governos anteriores de Passos Coelho nunca tiveram mais que quatro mulheres em pastas ministeriais. Maria Luís Albuquerque, Paula Teixeira da Cruz e Assunção Cristas estiveram lá desde o primeiro minuto e Anabela Rodrigues ficou com a Administração Interna da fase final desse governo. No seguinte, o que caiu no Parlamento às mãos da "geringonça" tinha igualmente quatro ministras: Maria Luís Albuquerque e Assunção Cristas, como sempre, mais as novidades Teresa Morais e Margarida Mano.

Governo com apenas três ministras são os mais fáceis de encontrar: além do primeiro executivo de José Sócrates, é o caso dos dois governos de António Guerres e do de Pedro Santana Lopes. Durão Barroso chegou a ter quatro ministras quando Teresa Gouveia e Graça Carvalho se juntaram a Celeste Cardona e Manuela Ferreira Leite.

Falta, então, falar do recorde estabelecido no segundo Governo de José Sócrates, talvez um dos mais polémicos da nossa democracia, quando Dulce Pássaro, Isabel Alçada, Ana Jorge, Helena André e Gabriela Canavilhas integravam o executivo. Estávamos então em 2009. Nove anos depois, voltamos a ter cinco ministras, um bom valor, mas longe do exemplo de Espanha ou do Canadá, onde dos 30 ministros, 15 são mulheres.

Últimas