Kelvin Hirsch lembra que "a Natureza ganha sempre", ou seja, que "a dada altura os incêndios superam o sistema de combate" e, por isso, é preciso "aprender a trabalhar com a Natureza", através de medidas de adaptação, educação das populações e gestão da vegetação à volta de casas e aldeias. Considera que uma das histórias de sucesso nesta área, no Canadá, é o programa "FireSmart Communities" de autoproteção de comunidades rurais face à ameaça que os incêndios representam.
O especialista recordou o grande incêndio que ocorreu em maio de 2016, em Fort McMurray, e que obrigou à evacuação de cerca de 80 mil pessoas da cidade canadiana. Um caso em que não se registou nenhuma vítima mortal.
Quanto ao que fazer em caso de incêndio de grandes dimensões em Portugal, o perito admite que não tem a certeza qual será a melhor estratégia, dado Portugal ter uma realidade muito diferente da do Canadá, com muitas pequenas aldeias rodeadas de terrenos florestais. Mas admite que o melhor possa ser "partir cedo, ou ficar e defender". Um conceito em que as comunidades fazem parte da solução de proteção das próprias casas, dado não existirem meios públicos suficientes para proteger cada habitação.