António Costa respondia às queixas do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que recordou a manifestação da CGTP do passado fim de semana e as reclamações dos trabalhadores, salientando a "frustração" pelo "arrastamento e atraso na resolução de muitos problemas" da escola pública, durante o debate parlamentar quinzenal com o chefe do Governo.
"Se me pergunta se daqui a um ano todos os problemas estarão resolvidos, digo-lhe já que não. Teremos de continuar a fazer esse trabalho", afirmou António Costa, relativamente ao setor da educação, em resposta ao líder comunista, que reconhecera ser "mais fácil destruir do que construir", referindo-se ao Governo PSD/CDS-PP, e incitara o executivo do PS a abraçar um "tempo de construção e andamento".
O primeiro-ministro concordou com a premissa de ser "mais fácil destruir do que construir" e sublinhou que "o caminho tem-se estado a fazer", prometendo continuar e exemplificando com medidas já tomadas ou a caminho: redução de alunos por turma, vinculação de professores em situação de precariedade, gratuitidade de manuais escolares no primeiro ciclo.
Jerónimo de Sousa evocou as reivindicações dos "milhares e milhares de trabalhadores que saíram à rua no passado dia 3 de junho" e confrontou o chefe do Governo com as mesmas: melhores salários, contratação coletiva, fim da precariedade, valorização das longas carreiras contributivas, descongelamento de carreiras, melhores serviços e reforço funções das sociais do Estado, designadamente na saúde educação.
"Hoje, na contratação coletiva já há mais 52% de trabalhadores abrangidos do que havia quando iniciamos legislatura. Estamos a concluir o processo de resposta à valorização das carreiras mais longas, estamos com o processo de combate a precariedade em curso na administração pública e estamos a preparar o seu alargamento ao setor privado", contrariou
António Costa, sublinhando que houve um aumento acumulado de 10% do salário mínimo nacional e o rendimento disponível das famílias aumentou em 3% desde 2016.
Lusa