O debate deverá ficar marcado pela discussão dos cortes que o Governo terá de fazer para alcançar a meta orçamental para 2015 - ano em que o défice previsto é de 2,5% - e que têm levado o PS a insistir na existência de uma "agenda escondida" por parte do executivo.
O primeiro-ministro afirmou na quarta-feira que o Governo não tem intenção de "aprofundar os cortes feitos no passado" em salários e pensões e que o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) será mais "concentrado" em medidas "do lado da despesa".
Pedro Passos Coelho quis ainda esclarecer o que disse ser "algum ruído" na comunicação social sobre o Documento de Estratégia Orçamental (DEO), que deve ser entregue nas instituições europeias até ao fim deste mês, como acontece com os restantes Estados-membros, e as medidas orçamentais que o Governo deve apresentar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até 15 de abril.
"O Governo deverá até dia 15, aproximadamente, antes portanto do board' (reunião de direção) do FMI ter lugar em abril, anunciar as medidas com que tenciona atingir a meta orçamental de 2,5% para 2015, essa é uma prior action' para o FMI e sem isso a nossa 11ª avaliação não fica encerrada", afirmou, referindo que "essas medidas não têm de ter um desenho final" e "deverão ser finalizadas depois atendendo à apresentação do Orçamento do Estado para 2015".
No último debate de escrutínio da ação do Governo no parlamento, a 19 de março, o chefe de Governo anunciou que iria solicitar a todos os grupos parlamentares para os ouvir sobre os termos da conclusão do programa de ajustamento e sobre a estratégia pós-`troika, reuniões que foram entretanto marcadas para a próxima semana.
Contudo, o secretário-geral do PS, António José Seguro, que já se reuniu com Pedro Passos Coelho sobre esta matéria, acusou no debate o primeiro-ministro de apenas falar em consenso quando precisa de aplicar novos cortes, reiterando a oposição dos socialistas à política do Governo.
Lusa