Há quatro anos na liderança dos sociais-democratas e há quase três na chefia do atual Governo PSD/CDS-PP, Passos Coelho chega a este Congresso sem oposição interna e com um novo ciclo de eleições no horizonte: as europeias de 25 de maio deste ano, as legislativas de 2015 e as presidenciais de 2016.
O presidente do PSD, que foi reeleito, sem adversários, nas diretas de 25 de janeiro, apresentou-se para este terceiro mandato de dois anos em defesa da "estabilidade" e "determinação política", afirmando a intenção de ser candidato a primeiro-ministro nas próximas legislativas e admitindo uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP nessas eleições.
Quanto às europeias, a escolha dos candidatos da coligação PSD/CDS-PP foi remetida para depois da eleição dos novos órgãos sociais-democratas neste Congresso, mas existe, ainda assim, a dúvida sobre se Passos Coelho aproveitará ou não a ocasião para o anúncio oficial de Paulo Rangel como número um dessa lista conjunta.
O XXXV Congresso Nacional do PSD começa hoje às 21:00, sob o lema "Portugal, acima de tudo!", que é também o título da moção de estratégia global que Passos Coelho apresentará esta noite aos delegados, na qual sustenta que os sacrifícios dos últimos três anos produziram resultados e que "o país está prestes a sair da situação excecional de emergência".
Sem antecipar o recurso ou não à assistência europeia após a conclusão do atual programa de resgate, prevista para 17 de maio, o presidente do PSD propõe, na sua moção, "um memorando de confiança" com os partidos do arco da governação no chamado período "pós-troika".
Hoje, após a intervenção de Passos Coelho, haverá um período de apresentação das mais de 20 propostas temáticas, que poderá prosseguir no sábado, dia reservado para a discussão política e para a votação das propostas levadas ao Congresso.
Às 20:00 de sábado termina o prazo para entrega de listas à Mesa do Congresso, Conselho Nacional, Conselho de Jurisdição Nacional e Comissão Política Nacional, sendo este último órgão eleito por proposta do presidente do partido.
Os delegados elegerão os novos órgãos nacionais no domingo de manhã. A sessão de encerramento do Congresso, com o discurso final de Passos Coelho, está marcada para as 13h00.