"O site CycleOurCity aprende com a sabedoria de ciclistas mais experientes, que voluntariamente ensinam ao sistema as características das ruas que melhor conhecem na cidade. Com base nessa informação que vai aprendendo, o site vai ganhando maior capacidade para ajudar os menos experientes a tomarem as melhores opções de trajetos em bicicleta", explicaram à Lusa os seus mentores.
O CycleOurCity, disponibilizado em dezembro, resultou da tese de mestrado de Nelson Nunes, consultor informático, orientada pelo professor universitário João Barreto, no âmbito de um projeto de investigação do Instituto Superior Técnico e Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID).
Com cerca de um mês em funcionamento, o site conta com "110 utilizadores voluntários que se registaram para poderem classificar ruas, ajudando assim o sistema a aprender e a melhorar os percursos que aconselha" e já conta com "mais de quatro mil pesquisas de trajetos".
João Barreto adverte que "o sistema está ainda no início da curva de aprendizagem, pelo que ainda se engana em alguns trajetos que recomenda". Contudo, "à medida que mais voluntários preenchem informação sobre mais ruas, o sistema vai melhorando rapidamente dia a dia", referiu.
Aos interessados, basta acederem ao site, dizerem que vão do ponto A para o B e é-lhes recomendado um trajeto adequado.
João Barreto lembra que numa cidade como Lisboa, conhecida como a cidade das Sete Colinas, "uma má escolha pode levar uma pessoa a pedalar por troços com trânsito demasiado rápido ou intenso, ou por ruas mais inclinadas, ou por pisos desconfortáveis - o que resulta numa experiência traumática para quem começa a usar a bicicleta".
"No entanto, quase sempre existem alternativas seguras, planas e confortáveis para quem se desloca entre dois pontos quaisquer da cidade. Escolhendo um qualquer ponto de partida e de chegada na cidade, o sistema é quase sempre capaz de encontrar trajetos cujos troços têm quase todos declive suave ou nulo e onde o tráfego automóvel é reduzido", garante.
Para o professor universitário, isso "é algo muito surpreendente e que mata muitos dos mitos que se ouvem sobre a impossibilidade pedalar em Lisboa".
Por enquanto, o serviço foi lançado apenas na capital, mas a ideia é estendê-lo a outras cidades em Portugal e no estrangeiro.
Lusa