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Condutores buzinam no IC19 contra cortes do Governo

Milhares de condutores aderiram hoje de manhã no IC19 ao "buzinão de protesto" convocado pela Comissão da Mobilidade e Transportes do Concelho de Sintra contra o Orçamento do Estado para 2014.

Desde as 07:00, hora a que por norma se começam a formar as longas filas  de trânsito no IC19, entre o Cacém e Lisboa, que se fazem ouvir buzinadelas  ao longo da estrada que liga Sintra à capital. 

A Comissão da Mobilidade e Transportes do Concelho de Sintra colocou  faixas de protesto ao longo das pontes e viadutos que atravessam o IC19,  a pedir aos condutores para que buzinem contra o Orçamento do Estado (OE2014)  que hoje vai ser votado na Assembleia da República. 

Junto ao IC19 e ao som das buzinas, na ponte onde se encontrava a faixa  com a inscrição "Dia nacional da indignação. Buzine e chumbe o orçamento",  o porta-voz da comissão, Rui Ramos, disse à agência Lusa que este é um protesto  de contestação a um orçamento que fomenta a desigualdade social. 

"É um orçamento contra os interesses da esmagadora maioria da população  portuguesa. Penaliza de forma selvática todos os portugueses e é extremamente  generoso para os ricos e poderosos do país", disse o também militante do  PCP. 

Rui Ramos adiantou que este orçamento "vai diminuir as indemnizações  compensatórias do Estado às empresas de transportes", o que vai provocar  "despedimentos e consequente aumento dos preços". 

O porta-voz da comissão afirmou que "os portugueses já estão a passar  por grandes dificuldades" devido às medidas de austeridade praticadas pelo  Governo, considerando que as medidas previstas para 2014 vão "piorar" ainda  mais a situação das famílias. 

O parlamento aprova hoje, em votação final global, a proposta do Governo  para o Orçamento do Estado de 2014, que inclui cortes entre 2,5% a 12% nos  salários mensais dos funcionários públicos superiores a 675 euros. 

Ao fim de três dias de discussão e votação na especialidade do Orçamento  do Estado para 2014 (OE2014), artigo a artigo, a maioria parlamentar PSD/CDS-PP  aprova hoje o diploma proposto pelo Governo, que seguirá depois para a Presidência  da República. 

Este Orçamento contém cortes de 3,9 mil milhões de euros, o equivalente  a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que cerca de 80% do ajustamento  será feito do lado da despesa. 

A nível macroeconómico, para 2014, o Governo espera que Portugal cresça  0,8%, que o défice desça para os 4% e que a dívida pública caia para os  126,6%, mas que o desemprego continue a subir para os 17,7%. 

A aprovação do Orçamento do Estado para 2014 vai ser hoje acompanhada  por protestos junto à Assembleia da República, que vão juntar trabalhadores,  pensionistas e pequenos empresários que pretendem contestar o agravamento  da austeridade.

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