País

Mário Soares insiste na demissão do Presidente e do Primeiro-Ministro

O antigo Presidente da República Mário Soares  voltou hoje a insistir na demissão do Presidente da República e do Governo  e considerou que o país está a caminhar para "o abismo" e para um período  violento. 

"Os portugueses estão desesperados", acho "que isto vai entrar em violência,  é altura de  (irem Governo e Presidente) para casa sossegadinhos e ainda  em paz", disse Mário Soares numa entrevista à TVI. 

A entrevista, transmitida hoje à noite na TVI, surgiu a propósito de  uma reunião que o antigo estadista promove na quinta-feira em Lisboa e que,  disse, ter um objetivo patriótico de "salvar Portugal". 

"Agora estou empenhado em salvar Portugal", declarou, a propósito da  reunião "Em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social", que  junta também nomes como Helena Roseta, Pacheco Pereiro ou Ruben de Carvalho,  entre outros. 

Na meia hora de entrevista Mário Soares não se cansou de criticar Cavaco  Silva, acusando-o de não respeitar a Constituição e de só se preocupar com  o PSD, pelo que se deve demitir, o que ele, Mário Soares, faria não pudesse  sair à rua sem ser vaiado. 

"Eu se fosse a ele demitia-me. Um tipo não pode sair à rua sem ser vaiado  e é o Presidente da República. Eu demitia-me", vincou. 

Com "um governo ilegítimo", "sem princípios e sem valores", que está  a "desgraçar o país", que tem contra ele polícias, magistrados, militares,  universidades e "todo o mundo", e que "gasta dinheiro à bruta", diz Mário  Soares que "a violência é inevitável. 

É que, sublinhou, as "pessoas estão desesperadas", "há gente a passar  fome, a apanhar comida nos caixotes, aumentaram os suicídios e a criminalidade".

A reunião de quinta-feira serve para as pessoas pensarem sobre "o que  está em jogo e o que vai acontecer a todos", afirmou o antigo Presidente,  que deixou ainda outra opinião: "com este Governo e com  Presidente,o PS  não devia fazer o que quer que seja". 

Lusa

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