Numa homenagem a Manuel Tito de Morais, que decorreu na Fundação Mário Soares, Manuel Alegre elogiou aqueles, como o socialista hoje relembrado, que "serviram a causa pública, a República, o PS, a democracia e o país" e "nunca nada quiseram para si".
"(São) Pessoas que viveram e morreram de mãos limpas, enquanto sabemos que nos últimos tempos têm havido casos, alguns deles ainda impunes, que são um verdadeiro escândalo. Gente que esteve no Governo e se governou", declarou Manuel Alegre, que questionado pelos jornalistas sobre a quem se referia respondeu: "Estou a pensar nas mesmas pessoas em que vocês estão a pensar".
O antigo candidato presidencial criticou ainda a "pretensa" reforma do Estado que o Governo quer levar a cabo, sublinhando que "os socialistas, a direção do PS e todos aqueles que prezam a democracia tal como foi construída em Portugal" não devem colaborar nesse desígnio.
Já o antigo Presidente da República Mário Soares destacou que "o povo está desesperado" e que o Governo deve perceber que "se isto não vai a bem, vai a mal", temendo que seja inclusive com violência. "Toda a gente está revoltada", advertiu Soares, em declarações à margem da homenagem a Tito de Morais.
Falecido em 1999, o destacado dirigente do PS foi recordado como um "lutador permanente" e "um dos grandes dirigentes do PS a quem o PS muito deve". Na cerimónia de hoje estiveram também presentes, entre outros, o presidente honorário do PS, Almeida Santos, que também interveio na homenagem, o deputado e antigo ministro Jorge Lacão e a nova presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta.
Lusa