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Eurodeputada Ana Gomes foi ouvida no DCIAP sobre caso dos submarinos

A eurodeputada socialista Ana Gomes foi hoje  ouvida, em Lisboa, pelas novas procuradoras responsáveis pela investigação  à compra dos submarinos, o que acontece pela primeira vez desde que solicitou,  há mais de um ano, para ser assistente no processo. 

A eurodeputada Ana Gomes lembrou que estão em causa os empregos de 600  trabalhadores, das suas famílias e de toda a atividade económica da zona de Viana do Castelo. (Lusa/Arquivo)

Em declarações à agência Lusa, Ana Gomes saudou o facto de, após um  ano a tentar ser ouvida como assistente -- "tendo todas as anteriores tentativas  sido goradas, porque os procuradores foram mudando" -, tal ter finalmente  acontecido, hoje, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP),  em Lisboa, lamentando que tal suceda, no entanto, numa fase já tão tardia.

Sem poder revelar o conteúdo do encontro, que se prolongou por cerca  de duas horas e meia, Ana Gomes congratulou-se com a "atitude de grande  empenho" demonstrada pelas novas responsáveis pela investigação. 

Reconheceu, no entanto, que não está muito otimista, face às óbvias  "dificuldades e limitações" com que se confrontam as novas procuradoras,  que "herdaram o processo numa fase muito tardia, quando se aproxima o prazo  de prescrição", o que deverá suceder em abril do próximo ano. 

Arquivada está já uma queixa apresentada à Comissão Europeia, lamentando  Ana Gomes que o argumento de Bruxelas, agora comunicado à eurodeputada,  tenha sido o de o Governo ter comunicado uma renegociação das contrapartidas,  que lamenta que não seja tornada pública, apesar dos seus pedidos nesse  sentido, feitos quer ao anterior ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira,  quer ao atual, António Pires de Lima. 

Ana Gomes considerou "escandalosa a forma como o Governo português não  tem acautelado os interesses de Portugal no que toca às obrigações de cumprimento  das contrapartidas", renegociadas no ano passado. 

Lamentando que, ao que sabe, as contrapartidas - 637 milhões de euros  previstos no contrato original destinados aos Estaleiros Navais de Viana  do Castelo, em encomendas de navios por parte dos alemães -- agora se destinem  a "um hotel no Algarve", Ana Gomes considerou "inacreditável que o Estado  não torne público o contrato", apesar dos seus repetidos apelos nesse sentido,  que permanecem sem resposta, e a Comissão aceitar o argumento como válido,  para dar por encerrado o caso. 

Lusa    

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