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Jerónimo de Sousa sugere que maioria está a "acertar o papel" do PS no futuro

O secretário-geral do PCP sugeriu hoje que a maioria governamental PSD/CDS-PP está a "acertar o papel do PS" num futuro próximo para manter as políticas de austeridade, num comício no Campo Pequeno, Lisboa.

"Definiram objetivos. Escolheram quem são as vítimas e os alvos. Só  lhes falta acertar o modo e o papel do PS para salvar e prosseguir a política  de direita", afirmou Jerónimo de Sousa na celebração do centenário do histórico  líder comunista, Álvaro Cunhal. 

O dirigente do PCP, referindo-se mais especificamente à proposta de  Orçamento do Estado para 2014 ainda em discussão na Assembleia da República,  caracterizou a atuação do executivo de Passos Coelho e Paulo Portas como  uma série de "novos arranjos e novos programas que significam" (...) "o  reconhecimento do fracasso da sua política fraudulenta". 

"Quanto sofista é a sua argumentação de que a proposta de orçamento  que aí está, de roubo e extorsão, é para salvar o país, quanto ilusório  e fraudulento é o milagre económico que agora passaram a anunciar", criticou.

Para Jerónimo de Sousa, os atuais governantes "estão a preparar novas  maquinações e arranjos, novos programas com os mandantes do sistema financeiro  e o diretório das grandes potências que o servem para prosseguir a sua escalada  ofensiva, visando o empobrecimento dos portugueses, utilizando a mentira  e a chantagem". 

"Não podemos aceitar que este Governo ilegítimo, que governa contra  a Constituição e faz o contrário do que anunciou, mentindo aos portugueses  - que conta com um Presidente para rasgar o juramento que fez -, continue  o seu rumo de destruição dos direitos do nosso povo", disse. 

Sobre o antigo secretário-geral, o também deputado do PCP, além do elogio  às obras artística e teórica, lembrou que o partido "não seria o que é "sem  o contributo de Álvaro Cunhal, "suas características e identidade", nem  vice-versa. 

"Do imenso legado de Álvaro Cunhal, os comunistas não esquecem o seu  contributo para a definição e afirmação do PCP que somos e queremos continuar  a ser", afirmou, perante cerca de oito mil pessoas, que encheram a praça  de touros do Campo Pequeno, com insistentes pedidos de demissão do Governo  PSD/CDS-PP. 

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