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Professores Contratados contra pagamento "absurdo" de taxas em exame

A Associação Nacional dos Professores Contratados (ANVPC) insurgiu-se hoje contra o pagamento de taxas para a inscrição na avaliação dos professores contratados, imposto pelo Governo, considerando "um absurdo".

"Consideramos um absurdo que os professores contratados, que provavelmente  nunca irão dar aulas no setor público, infelizmente e dadas as restrições,  terem de pagar uma prova, sendo que muitos deles ainda estão desempregados",  disse à agência Lusa César Paulo, presidente da ANVPC. 

O responsável acusa o Ministério da Educação e Ciência de estar preocupado  "em lançar o valor da prova" e, a quatro semanas da realização da mesma,  não estar preocupado em dizer "qual o objetivo, conteúdo e critérios de  avaliação" da mesma. 

"Como professores sabemos que ninguém vai fazer um exame sem saber quais  os conteúdos em que vai incidir. Lamentamos que o Ministério esteja a fazer  mais uma bolsa de dinheiro para si próprio e para o Governo e nem sequer  lance os conteúdos em que se vai cingir", afirmou. 

César Paulo criticou também o facto do exame aos professores contratados  estar marcado para 18 de dezembro, um dia após o final do primeiro período,  altura que considera que os professores devem estar preocupados em avaliar  os alunos. 

"Trata-se de mais uma incongruência. O Ministério há pouco legislou  sobre os serviços mínimos aos exames nacionais e agora lança uma prova de  avaliação quando os professores estão a avaliar os alunos e deviam estar  sossegados para fazer uma avaliação criteriosa", explicou. 

No despacho publicado terça-feira no Diário da República, o ministro  da Educação, Nuno Crato, determina que "o valor a pagar pela inscrição na  prova, incluindo a componente comum e uma componente específica, é fixado  em 20 euros". 

Este valor pode aumentar se os docentes decidirem prestar provas em  mais do que uma componente específica, para poderem concorrer a vagas em  mais do que uma disciplina ou grupo de recrutamento. 

Assim, por cada componente específica extra em que os docentes queiram  prestar provas, terão que pagar 15 euros. 

O despacho determina ainda que os pedidos de reapreciação de resultados  custam igualmente 20 euros, sendo esse valor restituído caso a reavaliação  seja favorável ao docente. 

O documento do Governo revela que a avaliação da componente comum dos  docentes contratados se realiza já a 18 de dezembro deste ano, enquanto  as avaliações para as componentes específicas ficam agendadas para o período  entre 1 de março e 9 de abril de 2014. 

O Governo aprovou em setembro a regulamentação da prova de avaliação  de conhecimentos dos professores, estando previsto que um docente que obtenha  aprovação só tenha de realizar nova prova se nos cinco anos subsequentes  lecionar menos de um ano. 

A prova é destinada aos professores não integrados na carreira docente,  ou seja, aos contratados, e terá uma periodicidade anual, e tem como objetivo  "aumentar sustentadamente os padrões de qualidade do ensino", assim como  a "equidade entre os candidatos ao exercício de funções docentes", de acordo  com o Ministério da Educação e Ciência.

Lusa

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