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Valor da indemnização pedida pelo MP a Jardim Gonçalves é "absurdo", diz advogado 

Magalhães e Silva, advogado do antigo presidente  do BCP, Jardim Gonçalves, considerou hoje um "absurdo" o valor da indemnização  "não inferior" a 10 milhões de euros pedida pelo Ministério Público (MP).

Jardim Gonçalves (Reuters/Arquivo)
© Reuters Photographer / Reuters

O MP pediu hoje, durante as alegações finais julgamento do BCP, a condenação  de Jardim Gonçalves, fundador e antigo presidente do BCP, a uma pena de  prisão até cinco anos, que pode ficar suspensa mediante o pagamento de uma  indemnização "não inferior" a 10 milhões de euros.  

Falando aos jornalistas no final do primeiro dia das alegações finais  do caso BCP, no Campus de Justiça, em Lisboa, Magalhães e Silva considerou  o valor "absurdo". 

"Se saísse daqui uma condenação com valores do género, o que me parece  que está fora, não só dos nossos costumes judiciários, como está fora daquilo  que se passou no processo, haveria uma situação complicadíssima para os  arguidos, sobretudo atendendo à idade em que se encontram e ao passado que  têm na sociedade portuguesa", afirmou. 

"Percebe-se, efetivamente, que o MP não tem critério", acrescentou o  advogado. 

O julgamento do BCP começou há um ano e as alegações finais prosseguem  na quarta-feira. 

Neste julgamento, o MP acusa os quatro responsáveis do BCP dos crimes  de manipulação de mercado e falsificação de documentos por factos praticados  entre 1999 e 2007. 

A discussão decorreu em torno das 17 sociedades 'offshore', sediadas  nas Ilhas Caimão, constituídas pelo BCP, para influenciar os valores de  mercado das ações do banco e o 'rating' (avaliação) dos títulos do BCP.

A falsificação de contabilidade do banco para ocultar perdas também  esteve em discussão. 

 

Lusa

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