No local, onde a 15 de setembro decorreu a que terá sido uma das maiores manifestações dos últimos anos, está montada uma estrutura que inclui um palco, um sistema de som e barracas de comes e bebes.
Entre as pessoas que aguardavam o início da manifestação estava Luís Santos, técnico de som do Centro Cultural de Belém, que disse à agência Lusa que no meio da Cultura "só se sente é crise, menos dinheiro, menos 'cachets' e menos espetáculos".
"Vim solidarizar-me como todos os músicos e técnicos porque a nível artístico está toda a gente apertada. A política deste Governo só se pode agravar... Mexe na Educação, mexe na Cultura, fica tudo pior e não sei o que se pretende para as próximas gerações", lamentou.
Luis Santos destacou que a manifestação de hoje, que se pretende que dure até à meia-noite, tem "uma proporção diferente" da manifestação de há um mês.
Porém, o técnico manifestou-se confiante que ainda chegará mais gente ao local "para mostrar a Passos Coelho que ele não tem de se preocupar só com a geração rasca ou com os indignados".
"Estamos todos no mesmo barco", admitiu Luís Santos, salientando ainda que a organização técnica e artística do espetáculo de hoje é feita de forma solidária, sem que ninguém receba dinheiro pelo seu trabalho.
O palco está montado junto ao início da avenida de Berna e as pessoas estão concentradas quer ali, quer no espaço relvado onde está colocado o monumento ao 25/abril.
O trânsito está cortado parcialmente, havendo circulação para o lado poente, em direção a Alcântara/Ponte 25 de Abril.
Junto à residência do embaixador de Espanha foram canceladas grades.
Por acreditar que o "humor é uma arma terrível", José Duarte trouxe um cartaz onde avisa: "Passos, o teu Governo vai caber num carro funerário e Portas, o teu partido vai caber num riquexó".
No cartaz José Duarte usou a sua experiência de cartoonista, que antes do 25 de Abril levou a "PIDE lá a casa" e disse à agência Lusa que por estes dias voltou às manifestações depois de muitos anos "só a observar".
"Desta vez é demasiado. Primeiro tiraram-me o subsídio de férias e depois tenho sofrido um conjunto de atitudes "que são demais", indicou, referindo que o protesto de hoje será especialmente interessante por juntar à indignação a música, que vai testemunhar com a mulher Marília.
Com Lusa