Olhares pelo Mundo

Túmulo de um romano rico do século III descoberto na Albânia

É a primeira câmara funerária romana descoberta na Albânia, uma estrutura subterrânea, construída com lajes de calcário que contém inscrições em grego.

Catarina Solano de Almeida

Ana Isabel Pinto

Arqueólogos albaneses descobriram a primeira câmara funerária romana do país, datada dos séculos III ou IV d.C. A estrutura foi identificada num planalto próximo da fronteira com a Macedónia do Norte, depois de habitantes locais terem dado o alerta para pedras invulgares na zona.

As escavações, iniciadas no início de agosto pelo Instituto de Arqueologia, revelaram uma câmara subterrânea construída com grandes lajes de calcário que apresentam inscrições em grego e latim. Uma delas indica que o túmulo pertenceu a Gelliano, nome típico do período romano, e que foi dedicado ao deus Júpiter, uma das divindades principais do panteão romano.

"O que temos aqui é uma inscrição muito especial, bilingue, que nos remete para a época romana, entre os séculos III e IV", explicou à Reuters o arqueólogo Erikson Nikolli, responsável pela investigação.

O túmulo mede nove por seis metros e terá sido o local de repouso de um indivíduo rico, e é mais grandioso do que outros túmulos encontrados na região.

Entre os achados destacam-se um tecido bordado a ouro, sinal de pertencer a uma classe alta, placas de vidro, ossos e facas. No entanto, os arqueólogos confirmam que a estrutura foi saqueada pelo menos duas vezes: uma na Antiguidade e outra já em tempos modernos, quando máquinas pesadas foram utilizadas para deslocar a rocha que selava a entrada.

Ainda permanecem por decifrar outras inscrições em pedras encontradas nas imediações, que poderão pertencer a um outro monumento romano, hoje rodeado por campos de milho e por uma pedreira.

As autoridades locais planeiam transformar o sítio arqueológico numa futura atração turística.

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