Olhares pelo Mundo

Piloto francês junta motociclismo e parapente para descer os Alpes

Thomas Pagès passou mais de dois anos a preparar um salto de parapente nunca antes feito. Os Alpes franceses serviram de cenário para a manobra que impressiona qualquer um.

Gabriel Mota Figueiredo

Ana Isabel Pinto

Tom Pagès, nome incontornável do motociclismo, combinou a paixão pelas motas com o entusiasmo por desportos radicais para realizar uma proeza inédita e verdadeiramente impressionante.

O piloto francês de 39 anos, conhecido pelas arriscadas acrobacias que realiza em cima de uma mota em andamento, passou mais de dois anos a preparar o icónico e inédito salto.

Andar de mota e fazer parapente são duas habilidades que não estão ao alcance de todos, mas quando combinadas, então, só mesmo para verdadeiros aventureiros como Tom Pagès.

Em Les Portes du Soleil, nos Alpes franceses, o motociclista acelerou e saltou de um penhasco de 135 metros.

No ar, o piloto largou o guiador do motociclo e assumiu o controlo do parapente, tendo atingido picos de velocidade próximos dos 100 quilómetros por hora.

Em entrevista à Red Bull, o aventureiro explicou como lida com o stress em momentos como este:

"Em todo o caso, há stress e é preciso lidar com ele. O que digo a mim próprio é que temos de estar preparados. Se soubermos que estamos preparados, estatisticamente, nada nos vai acontecer, é assim que trabalho. Quanto melhor for a preparação, melhores serão as hipóteses. Quando chega à altura, estamos sempre sob muito stress, mas sabemos que, se estamos lá, é por uma razão".

Na mesma entrevista, confessou que durante os dois anos e meio de preparação dedicou-se a várias matérias, nomeadamente aerologia e técnicas de aterragem, um dos pormenores do voo que mais dificuldades lhe causaram.

"O perigo está, sobretudo, no solo, com o impacto. Escolhemos muito bem o tempo, e era sempre de manhã cedo ou à noite para evitar o choque térmico. Quando o solo aquece, o ar frio desce, e isso não é agradável em voo. Assim que o vento soprava um pouco forte, também não íamos. É por isso que, durante uma semana, voar um dia com a mota não era mau", explica.

O equipamento necessário para o sucesso da proeza foi desenvolvido por si em conjunto com a sua equipa:

"Primeiro, tivemos de desenvolver um sistema para fixar o arnês à mota. Depois disso, pendurei a mota no teto da minha garagem para ver se estava equilibrada, instalei os mosquetões, pensei no posicionamento da vela e assim por diante. Depois de tudo isto, é preciso verificar se funciona, se é o sistema de direção certo, se as correias são suficientemente fortes etc."

Últimas