Olhares pelo Mundo

"Eco da Inocência Perdida": milhares de ursos de peluche em homenagem às crianças mortas em Gaza

Instalação montada em Doha, capital do Qatar, é uma iniciativa que pretende alertar e ajudar os menores e as suas famílias que enfrentam o flagelo da guerra em Gaza.

Elisa Macedo

Ana Isabel Pinto

Milhares de ursos de peluche com uma camisola preta na qual está escrita a mensagem "Não sou apenas um número, sou humano com uma identidade" estão expostos na capital do Qatar. Doha presta, assim, homenagem às crianças mortas em Gaza desde o início do conflito em Gaza.

Inicialmente com 15 mil ursos de peluche, a exposição intitulada "Eco da Inocência Perdida" faz parte de uma iniciativa para ajudar e alertar para a situação em Gaza. Os peluches estão à venda e os lucros serão doados às crianças palestinianas.

"Depois de dois ou três dias, só nos resta um quarto da quantidade, houve uma grande participação de todas as nacionalidades", disse à Reuters o chefe do departamento de recolha da Qatar Charity, Amer Al-Basiri.

A instalação artística, projetada pelo artista multidisciplinar libanês Bachir Mohammad, abriu a 16 de setembro e ficará em exibição até dia 26 no Msheireb Downtown Doha, uma zonda da cidade muito movimentada.

"Cada peça representa o eco da voz das crianças martirizadas de Gaza, que foram mortas devido à agressão israelense desde 7 de outubro de 2023. O símbolo do ursinho de peluche representa a inocência e a infância", explicou Mohammad.

Maha Said, residente no Qatar, disse que visitou a exposição para mostrar apoio às crianças e jovens de Gaza. "Não são apenas números, são mártires e são eles que nos tornam mais fortes com a sua resiliência", observou Said.

A guerra Israel-Hamas foi desencadeada pelo ataque em Israel a 7 de outubro, quando o grupo radical palestiniano matou mais de 1.200 pessoas e mais de 250 reféns, segundo registos israelitas.

A campanha militar israelita reduziu a Faixa de Gaza a escombros e causou a morte de mais de 41.300 palestinianos, a maioria mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano, considerados fiáveis pela ONU.

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