"Nenhuma montanha ou oceano pode distanciar pessoas que partilham aspirações." Foi o que disse o presidente da China, há um ano, aos líderes da Organização de Cooperação de Xangai. Hoje, o cenário é um pouco diferente. A China abre este domingo a cimeira anual e espera-se a maior participação de sempre.
As atenções vão estar viradas para Vladimir Putin. É a sétima vez que se encontra com Xi Jinping desde o início da guerra na Ucrânia. Os dois tratam-se por "querido amigo". Dizem que a relação não tem limites, é "duradoura" e um "fator de estabilidade" no meio do caos.
Vão ser quatro dias de encontros e cerimónias. No domingo e na segunda-feira, Pequim lidera os trabalhos da cimeira.
Vão estar presentes mais de vinte chefes de Estado, entre eles o primeiro-ministro indiano, o presidente do Irão e o primeiro-ministro do Paquistão e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apareceu de forma inesperada e aproveitou para deixar críticas a Donald Trump.
Kim Jong-un pode aparecer na cimeira
Na quarta-feira haverá um desfile militar. Pode até aparecer Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte. Os jornais internacionais avançam que devem ser mostrados novos mísseis supersónicos e hipersónicos, armas vistas como ameaça para Washington no Pacífico. O embaixador dos Estados Unidos na China não vai assistir à parada militar, um sinal claro da clivagem entre as duas potências.
Para além do encontro entre Putin e o presidente da China, as atenções também vão estar viradas para o primeiro-ministro da Índia e do Paquistão, o primeiro cara a cara entre ambos. O último confronto entre os dois países terminou com um cessar-fogo mediado por Trump, mas as tensões continuam.
A cimeira acontece num mundo em guerra, na Ucrânia, em Gaza e em plena escalada comercial de Trump. Xi Jinping quer usar o encontro para mostrar liderança e projetar a China como força de estabilidade.