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Caça ao PCC: Brasil leva a cabo maior operação de sempre contra crime organizado

O objetivo foi desarticular um esquema bilionário no setor de combustíveis. O grupo tinha também fortunas escondidas em fintechs.

Anthony Wells

O Brasil desencadeou a maior operação de sempre no país contra o crime organizado. Em causa está um esquema de adulteração de combustíveis que rendeu milhões de euros ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores fações criminosas do Brasil.

Mais de 1400 agentes nas ruas em pelo menos oito estados do país, cumprindo mais de 400 mandados de prisão e busca e apreensão. O objetivo: desarticular um esquema bilionário no setor de combustíveis, comandado pelo PCC. Segundo a investigação, o grupo ocultou o equivalente a mais de um milhão de euros.

Um dos principais eixos de investigação era a importação irregular de metanol, um produto altamente tóxico e inflamável, pelo porto de Paranaguá, no sul do Brasil. O era enviado de forma clandestina para postos e distribuidoras, com objetivo de adulterar o combustível.

O consumidor pagava por uma quantidade menor e qualidade pior do que estava indicado nas bombas. Os investigadores identificaram mais de 300 postos nessa situação pelo Brasil, cerca de 30% deles só no estado de São Paulo.

A receita federal também descobriu que o grupo tinha o equivalente a quase cinco mil milhões de euros aplicados em pelo menos 40 fundos de investimento. A fortuna ficava escondida nas chamadas fintechs — bancos digitais em que é mais difícil rastrear a origem do dinheiro. Isso só foi possível através de membros do PCC infiltrados no coração financeiro do Brasil, a Avenida Faria Lima, em São Paulo.

Depois da operação, o ministro Fernando Haddad informou que as fintechs serão enquadradas como instituições financeiras. Terão de cumprir as mesmas regras que os grandes bancos. O objetivo é aumentar a fiscalização e prevenir fraudes.

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