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Há portugueses entre os membros do PCC, a maior organização criminosa do Brasil ligada ao tráfico de droga

Os serviços de inteligência da polícia brasileira garantem que há portugueses nas fileiras da maior organização criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Numa entrevista exclusiva à SIC, alertam para a presença em Portugal de uma centena de operacionais deste grupo criminoso, um dos mais perigosos da América Latina. Avisam que o recrutamento é feito dentro das próprias prisões, com o objetivo de controlar a distribuição da droga em Portugal e branquear o dinheiro do tráfico através de empresas de fachada.

Pedro Freitas

Rui do Ó

Jorge Costa

A torrente de dinheiro vivo que jorra do tráfico, nas ruas é tanta que os traficantes já não sabem o que fazer a tantas notas. Se antes as fronteiras do Brasil eram suficientes, deixaram de ser. O mercado europeu e Portugal entraram na rota para ficar.

"O preço da cocaína, no consumo na Europa é quase 80 vezes o preço que é praticado aqui [Brasil]. Depois que eles perceberam isso, a prioridade é efetivamente se estabelecer de alguma forma na Europa", refere o Coronel Souza Lopes, Chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar do Brasil.

Para o circular o dinheiro do tráfico e controlar a distribuição na Europa através de uma base de apoio logístico de portugueses residentes no país, muitos já sinalizados.

"A gente tem uma base de dados relativamente segura a respeito de pessoas que operam fora do país [Brasil]. Pessoas que nós sabemos que têm ligações ao PCC aqui na Europa e em Portugal. Brasileiros, portugueses e não brasileiros e não portugueses", acrescenta.

Informações confirmadas pela SIC também em Portugal, junto de fonte judicial. Autoridades brasileiras e portuguesas partilham e atualizam com regularidade os dados.

A lavagem de dinheiro é feita através de empresas de fachada.Souza Lopes, coronel e líder do Centro de Inteligência da Polícia Militar do Brasil, combate há décadas o PCC - "Primeiro Comando da Capital", uma das mais perigosas organizações criminosas da América Latina.

Avisa que tal como no Brasil, o recrutamento de portugueses é feito dentro das próprias prisões onde já foram sinalizados alguns membros. Marcola, histórico líder do PCC, apesar de preso em Brasília há 25 anos depois de condenado a penas que somam mais de 300, continua a liderar, de dentro da cadeia, uma organização criminosa altamente hierarquizada.

Segundo as autoridades brasileiras, o PCC não para de crescer conta com mais de 60 mil operacionais e mantém com a máfia italiana estreitas relações - Portugal entrou na rota.

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