Depois de ter mobilizado a Guarda Nacional para as ruas de Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça agora enviar militares para outras cidades americanas. A medida poderá abranger localidades como Chicago, Baltimore e Nova Iorque.
Esta é a mais recente ação nos esforços do presidente para destacar tropas da Guarda Nacional em capitais de estado lideradas por governadores do Partido Democrata, seus opositores políticos.
"Chicago é um campo de morte neste momento e eles não o reconhecem", afirmou Trump, na Sala Oval, numa declaração que tem vindo a repetir desde sexta-feira, tanto em público como nas redes sociais.
O presidente alega estar preocupado com o que considera ser um aumento da criminalidade nestas cidades e afirma querer repetir a operação de início de mês na capital federal, onde mobilizou quase 2.000 militares da Guarda Nacional para patrulhar as ruas.
"Os números eram horríveis. Era um buraco infetado de crime", declarou, referindo-se a Washington.
"A violência era maior do que em qualquer outra cidade do país. Na verdade, de longe", acrescentou.
No entanto, estas afirmações são contrariadas pelas estatísticas oficiais. Segundo dados da Polícia Metropolitana de Washington, a criminalidade violenta está em queda desde que atingiu um pico em 2023. Em 2025, registou-se uma diminuição de 26% em relação ao ano anterior. A taxa de homicídios também recuou, com uma descida de 12% face a 2024.
A mobilização da Guarda Nacional tem gerado contestação. Nas ruas da capital e nas redes sociais, surgem protestos e um coro de críticas à presença militar.
De acordo com uma sondagem recente do Washington Post, cerca de 80% dos residentes de Washington estão contra a presença desta força militar de reserva na cidade.