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Juiz rejeita pedido da administração Trump para divulgar material do caso Epstein

Um juiz federal de Nova Iorque rejeitou o pedido do governo de Donald Trump para divulgar material confidencial do grande júri no caso de Jeffrey Epstein. O juiz Richard Berman considerou que os argumentos apresentados não justificam a divulgação, referindo riscos para a segurança e privacidade das vítimas. Esta é a terceira vez que um pedido semelhante é recusado, mantendo-se o sigilo em torno do caso, que tem gerado pressão pública e política para uma maior transparência.

Jeffrey Epstein e Donald Trump na propriedade de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Florida, Estados Unidos, em 1997.
Davidoff Studios Photography // Getty Images

Lusa

Um juiz federal de Nova Iorque rejeitou, esta quarta-feira, um pedido do executivo de Donald Trump para divulgação de material do grande júri do caso de Jeffrey Epstein, criminoso sexual que apareceu morto na prisão em 2019.

Trump tinha instado o Departamento de Justiça a exigir a divulgação de informações confidenciais sobre este caso, uma promessa pessoal do próprio Presidente, mas a decisão desta quarta-feira marca a terceira vez que este pedido do governo é rejeitado por um juiz.

De acordo com a decisão divulgada pela CNN, o juiz Richard Berman considerou que os argumentos do governo não justificam a divulgação de conteúdos confidenciais, o que poderia também levar a riscos futuros para a segurança e privacidade das vítimas que prestaram depoimento perante o grande júri.

No sistema judicial norte-americano, compete a um grande júri federal determinar se há motivos suficientes para considerar que um crime foi cometido e que um determinado indivíduo deve ser formalmente acusado (indiciado).

Ao contrário dos jurados de um julgamento, o grande júri não determina a culpa ou inocência de um suspeito, e no caso Epstein concluiu que havia causa provável para emitir acusações, descrevendo as acusações específicas de tráfico sexual e conspiração para cometer tráfico sexual.

Berman observou ainda que as informações contidas nas transcrições do grande júri "são insignificantes" em comparação com as informações e materiais já na posse do próprio Departamento de Justiça, que seriam consideravelmente maiores segundo a CNN.

As transcrições do grande júri --- que podem revelar os depoimentos das testemunhas e outras provas apresentadas pelos procuradores --- raramente são divulgadas pelos tribunais, a menos que precisem ser reveladas em ligação a um processo judicial.

O caso Epstein tem sido marcado pelo sigilo em torno dos materiais do grande júri e outros arquivos de investigação, gerando pressão pública e política para a divulgação de mais informação sobre, incluindo do próprio Trump na campanha eleitoral de 2024.

A alegada lista de clientes de Epstein, com celebridades e políticos influentes, tem sido o foco de várias teorias da conspiração entre apoiantes MAGA.

- Com Lusa

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