A reportagem do The New York Times revela que a Rússia utilizou o Brasil como base para formar agentes secretos de longa duração, conhecidos como "ilegais". Esses agentes receberam identidades brasileiras falsas para operar globalmente com cobertura quase total.
A operação, apelidada de "Fábrica de Espiões", foi descoberta após a invasão da Ucrânia em 2022, quando a cooperação entre agências de inteligência ocidentais aumentou.
Nove agentes russos com identidades brasileiras falsas foram identificados, mas apenas um foi preso. O agente Victor Muller Ferreira, que na verdade era Sergey Cherkasov, foi barrado pela imigração da Holanda e depois extraditado para o Brasil, onde permanece preso.
A Polícia Federal do Brasil conseguiu deter o espião russo após descobrir que a mulher registada como mãe de Victor Muller Ferreira tinha falecido e, segundo a família, nunca tinha tido filhos.
Ainda de acordo com o jornal norte-americano, o Brasil foi escolhido devido à força do seu passaporte, que permite viajar para diversos países sem necessidade de visto.
A investigação já se estendeu a pelo menos oito países e contou com o apoio dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, Israel, Países Baixos, Uruguai, entre outros.