Sem surpresas, as bolsas mundiais fecharam em queda após o anúncio das novas tarifas, com destaque para os principais índices norte-americanos. O que reúne as 500 maiores empresas cotadas fechou a cair mais de 4% e a queda das tecnológicas foi ainda maior. Os efeitos nos mercados são visíveis, mas a porta-voz da Casa Branca apela a Wall Street para confiar em Donald Trump, apesar dos efeitos negativos. Ana Cavalieri acredita na possibilidade do Presidente dos EUA reverter esta política perante os efeitos que poderá ter na economia norte-americana.
“Scott Bessent, que é o secretário do Tesouro americano, já introduziu a perspetiva de que algumas exceções e suspensões de tarifas estão programadas”, sublinha a comentadora da SIC.
“Existem argumentos que são complexos e alguns até poderão ser válidos relativamente àquilo que a situação de comércio livre promovida pelos Estados Unidos nas últimas décadas possam ter afetado aquilo que é, no fundo, a capacidade de produção industrial americana e dizimado ou destruído algumas comunidades de operários industriais”, acrescenta.
Ana Cavalieri aborda também a questão da dependência económica em relação à China, que será também uma das preocupações de Donald Trump.
“Talvez também exacerbando uma dependência económica relativamente à China que, neste momento, o facto de ser o maior adversário estratégico das democracias liberais, isto se nós assumirmos que a China é um país ainda coletivista, totalitário, opressivo e que através de algumas estratégias de subversão tenta promover a instabilidade de algumas democracias liberais e, portanto, nós temos grande parte das nossas cadeias de abastecimento e de produção industrial dependentes da China, não é uma boa ideia em termos de segurança e de geopolítica”.