Ao desembarcar em Brasília esta terça-feira de manhã, antes de ir para o Tribunal, o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou que as acusações de que é alvo são infundadas.
“Esperamos sempre por justiça. A acusação é infundada, as acusações foram feitas parcialmente pela Polícia Federal. Vou reunir-me agora com os advogados e depois decidirei o que fazer".
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil iniciou esta terça-feira as audiências que decidirão se o ex-Presidente Jair Bolsonaro, suspeito de liderar um alegado plano de golpe de Estado, vai ser julgado num processo que pode levá-lo à prisão.
Bolsonaro chegou pouco antes da abertura da audiência e sentou-se na primeira fila com o seu advogado, de frente para os magistrados, indo os cinco juízes da Primeira Turma do STF analisar se há provas suficientes contra o ex-Presidente brasileiro e decidir se aceitam as acusações da Procuradoria da República e iniciam um julgamento criminal.
Além de Bolsonaro, entre os arguidos estão militares de alta patente e ex-ministros do seu Governo (2019-2022), considerados homens de confiança do ex-Presidente. A análise das acusações no STF pode decorrer em três sessões que culminarão na tarde de quarta-feira.
Em fevereiro Bolsonaro foi acusado de vários crimes
A acusação apresentada pelo Procurador-Geral da República (PGR) do Brasil, Rodrigo Janot, aos juízes do mais alto tribunal do Brasil afirma que Bolsonaro, 70 anos, terá sido o líder de uma alegada organização criminosa que supostamente conspirou para impedir o regresso ao poder do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que o derrotou na eleição de 2022.
Em fevereiro, o ex-Presidente e outras 33 pessoas foram acusadas pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património, na sequência dos ataques de extremistas a 08 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília.
O procurador-geral baseou a sua acusação num extenso relatório policial, divulgado em novembro passado, que revelou que Bolsonaro tinha "pleno conhecimento" de um plano para assassinar Lula da Silva e o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e de outros atos alegadamente criminosos.
- Com Lusa