O Presidente da República criticou esta quarta-feira o líder norte-americano, Donald Trump, pelas regras da Casa Branca para a comunicação social e alertou para "o deslizar da democracia para a ditadura".
Marcelo Rebelo de Sousa falava na Casa da Imprensa, em Lisboa, na sessão de abertura de um debate sobre a Lei de Imprensa de 1975, publicada há 50 anos, que consagrou a proibição de qualquer forma de censura.
O chefe de Estado criticou as novas regras da Casa Branca para a comunicação social, comentando que "só falta, verdadeiramente, que o chefe do executivo desse país faça as perguntas" ele mesmo, para então "dar as respostas que quer dar".
Na Grande Edição, da SIC Notícias, o embaixador Francisco Seixas da Costa abordou as críticas do Presidente da República ao homólogo norte-americano, defendendo que "é importante Portugal ter uma voz forte" nos assuntos internacionais.
"Ele [Presidente da República] não referiu especificamente os Estados Unidos mas todos nós percebemos. Ao criticar Trump traduz um sentimento europeu de orfandade face a uma atitude que os Estados Unidos costumavam ter. É importante Portugal ter uma voz forte neste sentido, é um país com uma tradição transatlântica como o Reino Unido", atirou o diplomata português.
No panorama europeu, os Estados Unidos insistem para que a Ucrânia "esqueça a entrada na NATO". Seixas da Costa reiterou que foram os próprios norte-americanos que alimentaram a expetativa ucraniana e que agora a estão a retirar.
O embaixador referiu ainda que a Ucrânia tem a consciência de perderá a guerra com a Rússia no momento em que os Estados Unidos deixem de financiar o armamento e que Volodymyr Zelensky está num dilema.