Alice Weidel, a pessoa que está à frente do partido extrema-direita na Alemanha, é tudo o que o partido detesta: mulher lésbica, mãe de duas crianças criadas com outra mulher de ascendência estrangeira, antigo quadro da alta finança internacional, como por exemplo a Goldman Sachs.
Mas os analistas dizem que esse é o perfil ideal para liderar o partido, já que permite a Alice Weidel divulgar com outra legitimidade mensagens consideradas xenófobas e de ódio em publico e simbolicamente no Parlamento alemão.
"Burqas, raparigas de lenço na cabeça e homens de faca a receber subsídios do estado e outras coisas que não servem para nada não vão garantir a nossa prosperidade", disse Weidel no Parlamento.
O que era tabu passou a ser incentivado
A associação entre comunidades étnicas e criminalidade, bem como a xenofobia, está plasmada no discurso anti-imigração que encontra ecos na história alemã no Holocausto e na solução final preconizada pelo ideário nazi e por Hitler em meados do século XX.
O que antes era tabu na sociedade alemã passou agora a ser não só tolerado como incentivado, numa Alemanha em crise económica com o fim dos combustíveis baratos vindos da Rússia.
Trump e Musk apoiam AfD
Ultimamente, as chamas da discórdia são alimentadas pelo dinheiro e as mensagens de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, e de uma América apostada em desestabilizar a Europa a começar pelo motor, o coração, que é tradicionalmente considerada a Alemanha.
A mensagem da extrema direita voltou a ser sedutora no mundo e na Alemanha é agora a segunda força partidária.