Localizada no centro da capital espanhola, esta rua, onde agora grava a entrevista, foi a sua casa durante meses. Diz que a primeira semana foi a mais complicada, mas que depois começou a adaptar-se aos constantes desafios.
“Tinha uma vida mais ou menos estável. Tinha 43 anos e tudo corria bem. Tive a oportunidade de subir no mundo empresarial. Corri mais riscos do que devia, correram mal e eu fiquei falido.
Num curto espaço de tempo ficou sozinho, sem casa e sem trabalho. Acabou na rua ao lado de milhares de desalojados.
Com os livros de transportava na mala de viagem juntava dinheiro para tomar um café em sítios protegidos do frio e pagar o banho semanal na casa de banho pública. A família e os amigos estavam longe de imaginar as dificuldades que ultrapassava.
As páginas que escreveu durante os oito meses em que viveu na rua tornaram-se neste livro. Nem cinco minutos depois de expôr os livros fez a primeira venda.
Com o dinheiro angariado ajuda os desalojados em Espanha. Compra-lhes comida e sacos de cama para lhes dar algum conforto, sobretudo nos dias mais frios.