O príncipe Karim Aga Khan IV, fundador e presidente da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e líder dos muçulmanos xiitas ismailis, morreu esta terça-feira aos 88 anos, em Lisboa.
O jornalista da SIC Reinado Serrano recorda que Aga Khan, por ser um "promotor da paz", ganhou uma maior importância nestes tempos de guerra, referindo que o líder espiritual era um "chefe de Estado sem Estado".
"A figura de Aga Khan distingue-se por ter sido um chefe de Estado, sem Estado. Isto explica-se porque é, de facto, uma comunidade diáspora, que incentivou a ação social em vertentes áreas como a cultura, saúde, economia e investimentos", afirmou, apontando a sua diplomacia que lhe permitiu agir em várias geografias do mundo.
Aga Khan, o príncipe discreto (e cidadão português) que era um dos homens mais ricos do mundo
Discreto, tido como uma das pessoas mais ricas do mundo, Aga Khan IV nasceu a 13 de dezembro de 1936 na Suíça, filho do príncipe Aly Khan e da princesa Tajuddawlah Aly Khan. Cresceu no Quénia, frequentou a Le Rosey School, na Suíça, durante nove anos, e licenciou-se depois em Harvard, nos Estados Unidos.
Definiu-se como um "otimista mas cauteloso", alguém que não sendo um homem de negócios aprendeu a sê-lo, que acreditou que a pobreza existe, mas não é inevitável. E nas palavras de amigos foi alguém que nunca bebeu nem fumou e que dedicou muito do seu tempo ao trabalho e a visitas à comunidade.
A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento tem atividades em Portugal e no estrangeiro na área da cultura, da moda e dos festivais, da educação, com apoio a universidades, do ambiente, a ajudar a preservação de sítios, da área social, da sustentabilidade ou da saúde.