Ao fim de 80 anos, o número de sobreviventes é cada vez menor. Os que ainda estão vivos continuam a recordar o terror vivido em Auschwitz. Manfred Goldberg é um deles e lembra um dos momentos mais trágicos que viveu no campo de concentração.
“O homem das SS olhou para mim e decidiu, aparentemente, que eu estava apto para trabalho escravo e apontou-me na direção dos sobreviventes. O meu irmão mais novo, com nove anos, não sobreviveu. Foi assassinado.”
“Praticamente ninguém saiu de lá vivo. Quando se estava naquele campo, num dia qualquer a vida estava condenada”, lembra.
Os horrores são conhecidos: judeus presos, cercados por arame farpado, obrigados a trabalhos forçados, torturados e assassinados.
Em 1941, o partido nazi chamou-lhe ‘solução final’ matar os 11 milhões de judeus que viviam na Europa. Tomar banho era uma das desculpas usadas para os prisioneiros entrarem nas câmaras de gás.
A 27 de janeiro de 1945 tropas soviéticas libertaram o campo de Auschwitz, local onde durante cinco anos o nazismo transformou o pior dos cenários em realidade.
O sobrevivente britânico Manfred Goldberg considera que as cerimónias têm agora uma importância acrescida porque, defende, a negação do Holocausto e o antissemitismo estão a aumentar.