Maria João Tomás acredita que Moscovo ainda pode ter futuro na Síria, apesar da queda do regime de Bashar Al-Assad, de quem a Rússia é amiga e a quem Vladimir Putin ofereceu asilo político. A comentadora SIC lembra que o território sírio é de grande importância para os russos.
Apesar de, esta semana, quando falou ao país, o presidente russo ter falado de tudo menos Síria, Maria João Tomás está certa de que aquela zona não está esquecida por Putin. A comentadora acredita que o líder da Rússia estará apenas a “tentar abafar a questão”, mas que se prepara para, num futuro não muito distante, voltar à carga naquelas terras.
“A Síria é muito importante para a Rússia”, nota Maria João Tomás.
A comentadora SIC recorda que a relação de Moscovo com a Síria remonta aos tempos da União Soviética e da saída da Síria do mandato francês. A União Soviética apoiou a independência da Síria, numa altura em que o mundo se dividia já entre o bloco soviético e o bloco norte-americano – e era importante este braço soviético no Médio Oriente.
E a forte aliança entre a Rússia e o regime Assad vem já desde a governação do pai de Bashar Al-Assad, Hafez al-Assad – cujo partido, assinala Maria João Tomás, tinha “a mesma base ideológica socialista” do regime russo, mas direcionada para um “pan-arabismo”.
A comentadora defende, por isso, que a Rússia ainda pode voltar a ter presença - e futuro – na Síria. Até porque “a História da Síria vai-se repetindo”.
Desde logo, através das bases militares que lá se mantêm e das quais Maria João Tomás está certa de que Vladimir Putin não irá desistir.
“Quando a situação na Ucrânia estiver definida, tenho poucas dúvidas de que a Rússia voltará”, prevê.