Mundo

Crise em França: "Macron está entre a espada e a parede"

A crise política e económica em França coloca o Presidente Emmanuel Macron sob intensa pressão. Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador da SIC, analisa os vários fatores que complicam o futuro político do país.

SIC Notícias

A França enfrenta uma crise política e económica, com Emmanuel Macron pressionado a escolher um novo primeiro-ministro enquanto lida com uma dívida pública em ascensão. Para Ricardo Alexandre, este momento é “uma tempestade perfeita que pode ter repercussões significativas tanto em França como no equilíbrio político europeu”.

Com a queda de Michel Barnier após uma moção apoiada pela esquerda e pela extrema-direita, o Presidente já terá vários nomes em cima da mesa para o lugar de primeiro-ministro, refere o jornalista, destacando candidatos como Bernard Cazeneuve, que foi primeiro-ministro entre 2016 e 2017, François Bayrou, fundador do Movimento Democrático, centrista, Sebastian Lecornu, que foi ministro da Defesa com Elizabeth Borne, ou Bruno Retailleau, atual ministro da Administração Interna. Mas a escolha não será simples.

“Macron tem de fazer equilíbrios políticos complexos, entre a esquerda, os centristas e a extrema-direita, que continua a ganhar terreno com Marine Le Pen".

O jornalista destaca a gravidade da situação económica francesa, que considera semelhante à de países como Portugal e Grécia durante a intervenção financeira internacional.

“A dívida pública está a aproximar-se de níveis críticos, com os juros a rondar os 60 mil milhões de euros. A França é uma das maiores economias da União Europeia, mas está a enfrentar desafios que põem em causa essa posição.”

Este cenário económico agrava as tensões sociais e pode ser o catalisador de protestos de grande escala.

É fácil prever a movimentação dos movimentos sociais nas ruas nos próximos meses. “A França vive um momento de enorme fragilidade e, num contexto de instabilidade política, isso apenas amplifica os problemas”.

"Macron está assim entre a espada e a parede, há gente do seu próprio partido centro-direita, que deseja que ele antecipe o fim da sua Presidência, que renuncie à Presidência, mas Macron já disse que não iria fazer que vai honrar o compromisso com os franceses até ao último segundo do mandato".
Últimas