Os recentes ataques russos às infraestruturas energéticas na Ucrânia deixaram milhares sem eletricidade. Ricardo Alexandre descreve a escala dos bombardeamentos e refere que as negociações de paz parecem distantes. No Médio Oriente, o jornalista considera que há condições para que o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah se mantenha por 60 dias.
"Foram ataques recorrendo a sete bombardeiros, não só em Kharkiv e Odessa, mas também com explosões ouvidas em Kiev, Mykolaiv, Rivne, Sumi e Lviv. Foi um ataque um pouco por todo o país.”
Segundo as autoridades ucranianas, a Rússia está a intensificar os ataques à rede energética ucraniana numa altura crítica:
“A Rússia considera prioritários estes ataques, o que é particularmente grave numa altura em que já temos no Inverno à porta.”
A situação agrava-se num momento em que as negociações de paz parecem distantes. Apesar de relatos recentes sobre a vontade de diálogo dos ucranianos, Ricardo Alexandre destacou a posição rígida da Rússia:
"O Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros russo afastou a possibilidade de negociações, mantendo as condições russas inalteradas.”
O comentador apontou ainda que, enquanto Zelensky procurava uma posição negocial mais favorável com conquistas no terreno, a Rússia recuperou um terço das posições ucranianas no Donbass desde o final do verão.
Trump nomeia novo enviado especial dos EUA para a Ucrânia e Rússia
O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira que vai nomear o antigo general Keith Kellogg, figura próxima e leal ao político republicano, como enviado especial para a Ucrânia e para a Rússia.
“Keith Kellogg é um tenente-general na reserva, veterano do Vietname e comandou uma brigada na invasão ao Panamá nos anos 80 para depor o General Manuel Noriega. Foi conselheiro de segurança nacional do vice-Presidente Mike Pence (...) em julho apresentou a Donald Trump um plano de paz para a Ucrânia, baseado na continuação da ajuda militar mas mantendo as linhas de frente atuais, o que não interessa aos ucranianos.”
Guerra no Médio Oriente
No segundo dia de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, Ricardo Alexandre sublinha as diferenças em relação à Faixa de Gaza.
"São coisas um pouco diferentes, desde logo porque o Hezbollah, decapitado como está, acaba por ser levado a aceitar um acordo sem fazer qualquer referência aos irmãos palestinianos em Gaza que foram no fundo, a razão para o Hezbollah a partir do dia 8 de Outubro do ano passado, ter começado a lançar a mísseis e ataques de rockets sobre sobre Israel"
O comentador concluiu que, apesar da fragilidade da situação, há condições para que o cessar-fogo se mantenha por 60 dias.