A semana foi marcada por confrontos com a polícia no bairro de Solino, na capital do Haiti. Os grupos armados voltaram a atacar tendo inclusive incendiado várias casas.
Numa altura em que a violência volta a aumentar, os moradores fogem para lugares seguros e abrigos improvisados. Os gangues controlam cerca de 80% Port-au-Prince.
Edna é uma das cerca de 10 mil pessoas que numa semana ficaram desalojas. Acompanhada pela mãe e com dois filhos ao colo, teve de fugir do bairro onde mora e está agora num abrigo.
"Estou aqui porque no meu bairro os gangues estão a incendiar as casas. Choviam balas e atingiram os telhados da casa. Não podíamos ficar, viemos para aqui", descreve.
Nos últimos meses a situação esteve mais calma, mas agravou-se depois de no início do mês 100 pessoas terem sido mortas num ataque dos grupos armados.
O recém nomeado Presidente do Conselho de Transição do Haiti promete uma resposta, apesar da fragilidade política que o país atravessa.
"Aqueles que semeiam o terror bem como os seus cúmplices devem esperar, um dia destes, receber a resposta adequada das forças da ordem", disse Leslie Voltaire.
A instabilidade tanto política como a nível da segurança colocou o país numa crise humanitária. O Programa Mundial de Alimentação estima que mais de cinco milhões de pessoas, isto é, metade da população sofre de subnutrição.