Milhares de manifestantes saíram às ruas de Buenos Aires e outras cidades da Argentina para protestar contra as medidas do governo de Javier Milei e em defesa do ensino superior público.
Milei pretende vetar um projeto de lei que prevê aumentar o financiamento para as universidades públicas. O presidente argentino argumenta que as instituições de ensino estão a promover ideologias socialistas.
"Temos muito orgulho nas nossas universidades públicas. Creio que é isso que devemos deixar claro perante a campanha tão triste, tão injusta e falsa a que fomos submetidos pelo governo durante toda a semana", disse uma das manifestantes.
Outro manifestante acrescentou:
"Com o governo de Milei, de dezembro até agora, os docentes e não docentes universitários perderam 30% dos salários. Sem dúvida, a universidade pública é um projeto fundamental para o desenvolvimento do país. E a universidade pública é reconhecida a nível nacional e também internacional."
Num país com uma taxa de inflação anual superior a 230%, o governo quer cortar gastos públicos. No entanto, os manifestantes afirmam que os cortes não devem afetar o ensino.
No México, também houve manifestações estudantis, que terminaram em confrontos com a polícia de choque, que disparou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar a multidão. Alguns manifestantes atiraram cocktails Molotov contra a sede da Câmara Municipal da capital.
O protesto no México ocorreu no mesmo dia em que o país relembra a morte de dezenas de pessoas em 1968, quando o governo da época ordenou a invasão militar do campus da Universidade Nacional Autónoma. Os manifestantes afirmam que, quase 60 anos depois, ainda não foi feita justiça e os responsáveis nunca foram julgados.