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"Se Trump ganhar, quer obrigar Zelensky a negociar logo a 6 de novembro"

A análise da atualidade internacional de Maria João Tomás, comentadora da SIC, com destaque para o encontro de Volodymyr Zelensky com Donald Trump nos EUA e a escalada do conflito no Médio Oriente.

Maria João Tomás

SIC Notícias

O Presidente ucraniano encontra-se esta sexta-feira com Donald Trump, em Nova Iorque. O ex-Presidente norte americano voltou a afirmar que se vencer as eleições acaba com a guerra na Ucrânia em 24 horas. Este é um dos temas em destaque na análise da atualidade internacional de Maria João Tomás, comentadora da SIC.

“O problema que nós temos neste momento não é o dia 5 de novembro [data das eleições nos EUA]. O problema é o dia 6, porque se Trump ganhar, Trump já disse que vai sentar os dois à mesma mesa no dia seguinte a ter ganho as eleições e vai obrigar a definir as fronteiras e a negociar as fronteiras que estão nesse momento, ou seja, tudo aquilo que a Rússia já tiver tomado são territórios que assumidamente são para a Rússia", começa por referir.

Maria João Tomás explica que os republicanos estão fartos de dar dinheiro para a Ucrânia e e a estratégia de Trump passa precisamente por desvalorizar as reivindicações de Kiev.

“Se Trump ganhar, quer obrigar Zelensky a sentar-se à mesa de negociações logo no dia 6 e a negociar os territórios que a Rússia já controla”.

“Portanto, é um cenário difícil para o dia 6, mas uma coisa é certa, com a escalada do Médio Oriente, Trump está a descolar nas últimas sondagens nos 'swing states”, Trump está descolar com esta escalada para o Líbano, que no fundo agrada a Netanyahu porque Netanyahu quer que Trump ganhe, Trump é um grande aliado de Netanyahu", destaca a comentadora da SIC.

Discurso de Netanyahu nas Nações Unidas

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dirige-se à Assembleia Geral das Nações Unidas após quase uma semana de ataques consecutivos de Israel contra o Líbano.

Perante o agravamento da situação militar, os Estados Unidos e a França, acompanhados por vários países ocidentais e árabes, lançaram um apelo a um cessar-fogo de 21 dias, que foi rejeitado na quinta-feira por Israel, que prometeu combater o Hezbollah "até à vitória".

Maria João Tomás assume que é difícil apontar para o conteúdo preciso do discurso de Netanyahu: “Ele é imprevisível dentro da previsibilidade, porque ele fala sempre dos mesmos assuntos”.

“O ano passado falou sobre o novo Médio Oriente e o novo Médio Oriente, se olhássemos bem para o mapazinho que ele apresentou e levou para as Nações Unidas, o mapazinho tinha um novo Médio Oriente com Israel e não havia Palestina. Gaza e Cisjordânia desapareciam no mapa, o que é basicamente aquilo que se está a passar hoje, porque Hoje içaram a bandeira de Israel em Rafah”, realça a comentadora da SIC.

Para Maria João Tomar, a esperança para a resolução do conflito do Médio Oriente reside “nos países árabes que neste momento atravessam um boom económico enorme, nomeadamente a Arábia Saudita e os Emirados, que façam pressão com Israel para que realmente a temperatura desça um pouco e que não haja este escalar porque não é benéfico para ninguém, a não ser para Trump".

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