Durante esta semana realiza-se a 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Esta sessão inclui o tradicional Debate Geral, entre 24 e 30 de setembro, que conta com a presença de chefes de Estado e de Governo e de ministros dos Negócios Estrangeiros de todos os países membros.
No seu discurso, Lula da Silva anunciou um plano de seis pontos, entre a China e o Brasil, que visa dar início às negociações entre a Rússia e a Ucrânia para colocar um ponto final no conflito. O presidente brasileiro terá falado ao telefone com Vladimir Putin sobre a tal proposta, mas não quis adiantar pormenores.
"O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá todos os seus objetivos pela via militar. O diálogo direto entre as partes é crucial neste momento. Esta é a mensagem do entendimento de seis pontos que a China e o Brasil oferecem para que se instale um processo de diálogo", referiu Lula da Silva.
O presidente do Brasil também falou dos conflitos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia que se estão a expandir "perigosamente" para o Líbano.
"Em Gaza e na Cisjordânia assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou com uma ação terrorista de fanáticos contra civis inocentes, tornou-se numa punição coletiva de todo o povo palestiniano", acrescentou.
Lula da Silva disse ainda que o direito de defesa se transformou num "direito de vingança" que está a impedir que se chegue a um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e para a libertação dos reféns.
"O planeta está farto de acordos climáticos"
Durante a sua intervenção na ONU, Lula da Silva afirmou que o planeta está farto de acordos climáticos que acabam por não ser cumpridos.
"Estamos condenados à interdependência da mudança climática. O planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está farto de acordos climáticos não cumpridos. Está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega".
O Governo brasileiro, apesar de anunciar um compromisso com a defesa do meio ambiente, pouco tem conseguido fazer para controlar os incêndios este ano, atribuídos em parte à crise climática, mas também à ação humana, e que estão a causar estragos no país.
Lula da Silva afirmou que "não terceiriza responsabilidades" nem o Brasil abdica da sua soberania, e sustentou que o país sul-americano sediará a COP-30, em 2025, "convicto de que o multilateralismo é o único caminho para superar a urgência climática".
Com Lusa