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OCDE diz que faltam professores na maioria dos países da Europa: baixos salários são o maior problema

Os docentes são uma classe cada vez mais envelhecida e as fracas condições salariais da profissão não estão a conseguir atrair jovens para a carreira.

Elsa Gonçalves

Diana Pinheiro

André Miguel

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) conclui que faltam professores na maioria dos países da Europa e que os baixos salários e o envelhecimento da classe vão exigir mais investimento para trazer docentes ao ensino público.

Em mais um início de ano letivo, há mais escolas com menos professores. O retrato é feito pela OCDE: dos 21 países em que existem dados, 18 enfrentam dificuldades.

“A escassez de professores agrava-se e não é só em Portugal, é um fenómeno geral e global. É cada vez mais uma prioridade para as políticas públicas”, afirma Paulo Santiago, da OCDE.

Classe envelhecida e com salários baixos

Os professores são uma classe envelhecida. Numa década, a percentagem de docentes com mais de 50 anos aumentou para 57%em Portugal.

Apesar do aumento nominal de salários, com a inflação, entre 2015 e 2023, os professores sentiram uma perda real de 4% nos rendimentos.

Alguns países já avançaram com incentivos - é o caso de Portugal, em que o Governo anunciou um aumento do apoio a deslocados de 150 a 450 euros e um concurso extraordinário. Mas é preciso mais para uma carreira onde o salário inicial é baixo.

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, já anunciou que vai valorizar a carreira docente. As negociações com os profissionais começam a 21 de outubro e espera-se que fiquem concluídas num ano.

Numa carta enviada aos professores, o ministro pediu motivação. Afirma que conta com cada um dos docentes, assim como os alunos, e deseja um excelente ano letivo – mesmo a quem começa o ano sem professor.

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