A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) conclui que faltam professores na maioria dos países da Europa e que os baixos salários e o envelhecimento da classe vão exigir mais investimento para trazer docentes ao ensino público.
Em mais um início de ano letivo, há mais escolas com menos professores. O retrato é feito pela OCDE: dos 21 países em que existem dados, 18 enfrentam dificuldades.
“A escassez de professores agrava-se e não é só em Portugal, é um fenómeno geral e global. É cada vez mais uma prioridade para as políticas públicas”, afirma Paulo Santiago, da OCDE.
Classe envelhecida e com salários baixos
Os professores são uma classe envelhecida. Numa década, a percentagem de docentes com mais de 50 anos aumentou para 57%em Portugal.
Apesar do aumento nominal de salários, com a inflação, entre 2015 e 2023, os professores sentiram uma perda real de 4% nos rendimentos.
Alguns países já avançaram com incentivos - é o caso de Portugal, em que o Governo anunciou um aumento do apoio a deslocados de 150 a 450 euros e um concurso extraordinário. Mas é preciso mais para uma carreira onde o salário inicial é baixo.
O ministro da Educação, Fernando Alexandre, já anunciou que vai valorizar a carreira docente. As negociações com os profissionais começam a 21 de outubro e espera-se que fiquem concluídas num ano.
Numa carta enviada aos professores, o ministro pediu motivação. Afirma que conta com cada um dos docentes, assim como os alunos, e deseja um excelente ano letivo – mesmo a quem começa o ano sem professor.