Seis semanas depois das eleições legislativas convocadas antecipadamente por Emmanuel Macron, França ainda não tem um novo primeiro-ministro e o impasse político mantém-se.
A trégua olímpica terminou a 11 de agosto e as férias de verão também estão a acabar. Emmanuel Macron está cada vez mais pressionado para nomear um chefe de Governo para França.
Macron diz não a Governo de esquerda ou de coligação
Esta terça-feira, realizou uma nova ronda de consultas com grupos políticos em busca de uma solução governativa. A aliança de esquerda da Nova Frente Popular, que obteve a maioria dos votos na segunda volta das eleições, indicou para o cargoLucie Castêts de 37 anos, uma funcionária pública pouco conhecida.
No entanto, Emmanuel Macron descartou um potencial Governo de esquerda por ter grande chance de cair no Parlamento.
Diante de um Parlamento dividido entre três grupos quase iguais - a Esquerda, o Bloco Centrista de Emmanuel Macron e o Partido de Extrema Direita - o presidente francês também descarta a possibilidade de formar um Governo de coligação.
“A minha responsabilidade é que o país não fique bloqueado nem enfraquecido"
Em comunicado, Emmanuel Macron diz que a sua responsabilidade passa por impedir que o país fique bloqueado ou enfraquecido. O texto do Eliseu apelou, também à colaboração depois de críticas aos comunistas, ecologistas e socialistaspor, até agora, não terem apresentado caminhos para cooperar com outras forças políticas.
A Nova Frente Popularvenceu as eleições com 193 deputados. A aliança de Centro-Direita de Macron elegeu 166 deputados, seguida do União Nacional e aliadoscom 142 assentos parlamentares e o partido da direita tradicional com 47.
Ainda não há uma data certa para a nomeação de um novo primeiro-ministro, mas a discussão em torno do Orçamento de Estado para o ano que vem pode acelerar o processo.
Enquanto isso, França continua com um Governo demissionário chefiado por Gabriel Attal.