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Cinco pessoas acusadas de ligação à morte por overdose do ator Matthew Perry

Matthew Perry morreu em outubro do ano passado. Foi encontrado morto em casa, na Califórnia, vítima de overdose. Dez meses depois, as autoridades norte-americanas revelam novos detalhes sobre a morte do ator de "Friends".

Matthew Perry
Willy Sanjuan/AP

Rita Rogado

Sérgio Aleluia

Cinco pessoas, incluindo o assistente pessoal e dois médicos, foram acusadas de ligação à morte por overdose do ator Matthew Perry, em outubro do ano passado, foi esta quinta-feira revelado pelas autoridades norte-americanas. Os arguidos faziam parte de uma ampla rede criminosa que distribuía o sedativo ao ator.

Durante meses, os detetivas e agentes investigaram como Matthew Perry conseguiu ter acesso a uma quantidade tão elevada do anestésico cirúrgico. Até chegarem à rede.

No grupo, há dois médicos (Salvador Plasencia e Mark Chavez), que terão fornecido doses de cetamina ao ator de 54 anos e a preços muito acima do normal, adiantaram as autoridades numa conferência de imprensa sobre a morte do ator de "Friends".

Foi ainda acusado Kenneth Iwamasa, o assistente pessoal de Matthew Perry, que se declarou culpado por lhe distribuir cetamina e, por diversas vezes, a injetar. Jasveen Sangha, conhecida em Los Angeles como "a rainha da cetamina" , e Eric Fleming estão também envolvidos devido à venda de dezenas de frascos, incluindo o lote que levou à morte do ator.

De acordo com a polícia, os médicos, que estão acusados de conspiração e falsificação de documentos, ajudaram a disponibilizar a cetamina a Perry durante dois meses (setembro e outubro de 2023). Forneceram cerca de 20 frascos da medicação em troca de 55 mil dólares.

A acusação fala mesmo numa ampla rede de criminosa, que envolvia pessoas próximas ao ator e que se aproveitaram da adição do artista à cetamina. Disponibilizaram a Perry grandes quantidades do sedativo, sem qualquer avaliação médica ou monitorização.

Os suspeitos terão usado uma linguagem codificada em mensagens, referindo-se à cetamina como "Dr. Pepper", e tentaram encobrir o envolvimento na morte do ator.

Mathew Perry teve anos de luta contra a toxicodependência que remontam ao seu tempo em "Friends".

Matthew Perry morreu em outubro do ano passado, com 54 anos. Foi encontrado morto em casa, na Califórnia, vítima de overdose.

O assistente, Kenneth Iwamasa, foi quem encontrou o ator de bruços na sua banheira de hidromassagem no dia 28 de outubro, já morto.

Tinha níveis de cetamina tão elevados capazes de anestesiar uma pessoa. Segundo o médico legista, o corpo tinha 3540 ng/ml (nanogramas por mililitro) de cetamina no sangue. No caso de um paciente que tenha de ser operado, é lhe administrado 1000 ng/ml.

Pessoas próximas de Mathew Perry disseram aos investigadores que o ator estava a ser submetido a uma terapia de infusão de cetamina. Contudo, o médico legista considerou que o último tratamento de Perry, uma semana e meia antes da sua morte, não justificaria os níveis de cetamina no seu sangue.

A cetamina foi apontada como a principal causa de morte, considerada um acidente sem suspeita de crime. O afogamento e outros problemas médicos foram fatores que contribuíram para o óbito.

A cetamina é um poderoso anestésico para o tratamento da depressão, ansiedade e dores crónicas, que deve ser utilizado de forma controlada. Tem registado um enorme aumento de utilização nos últimos anos.

O ator norte-americano interpretou Chandler Bing na série “Friends”, que estreou em 1994 e esteve no ar durante uma década. Em 2002, a personagem valeu-lhe uma nomeação para o Emmy de melhor ator principal em série de comédia.

Com Lusa

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