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Muhammad Yunus já tomou posse do Governo interino do Bangladesh

Muhammad Yunus assume a liderança do Governo numa altura em que o Bangladesh atravessa uma profunda crise económica e social. A prioridade do Governo é o restabelecimento da normalidade no país.

Mohammad Ponir Hossain / Reuters

Lusa

Muhammad Yunus, prémio Nobel da Paz, tomou posse esta quinta-feira como líder do governo interino do Bangladesh em Daca, quatro dias depois da demissão e partida para a Índia da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina.

O economista de 84 anos foi empossado numa cerimónia conduzida pelo Presidente do Bangladesh, Mohammed Shahabuddin.

"Defenderei, apoiarei e protegerei a Constituição", declarou Yunus durante a cerimónia de tomada de posse, acrescentando que cumprirá as suas funções "com sinceridade", segundo a agência noticiosa France Presse.

Na quarta-feira, Muhammad Yunus mostrou-se satisfeito em regressar ao país.

"Estou ansioso por regressar ao meu país e ver o que se está a passar e como nos podemos organizar para sair da situação atual", referiu.

Yunus vai governar o país que atravessa uma profunda crise económica e social, agravada após os protestos que começaram a 01 de julho, nos quais morreram mais de 400 pessoas, e que depuseram Hasina do poder.

O novo governo temporário será composto por cerca de 15 membros e terá como uma das principais prioridades o restabelecimento da normalidade no Bangladesh, após o caos desencadeado pelos protestos estudantis e a violência com que foram reprimidos pelas autoridades.

Do Prémio Nobel da Paz ao Governo do Bangladesh

Yunus, conhecido como o "banqueiro dos pobres", foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 2006 por ter fundado e concebido o Banco Grameen para combater a pobreza no Bangladesh, desenvolvendo o conceito de microcrédito, que concede empréstimos a pessoas pobres que normalmente seriam rejeitadas pelo sistema financeiro.

O economista de profissão tem mantido uma relação tensa com as autoridades desde que Hasina chegou ao poder em 2009.

Se a inimizade com Hasina levou Yunus a enfrentar dezenas de processos em tribunal, a queda da antiga primeira-ministra, após semanas de manifestações que fizeram mais de 400 mortos, catapultou o prémio Nobel para a linha da frente política.

O Bangladesh vive agora o quarto dia de vazio de poder, após a demissão de Hasina e a sua saída do país, sob a pressão dos protestos estudantis que começaram pacificamente a 01 de julho, mas que se tornaram violentos e acabaram por exigir a demissão de Hasina após a brutal repressão das manifestações.

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