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Primeiro-ministro eslovaco reaparece em público após ataque e elogia Orbán

Robert Fico apareceu pela primeira vez em público desde que foi baleado em maio deste ano. No seu discurso elogiou o primeiro ministro da Hungria, Viktor Orbán, que esta sexta-feira se reuniu com Putin em Moscovo.

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Lusa

O primeiro-ministro populista da Eslováquia, Robert Fico, apareceu esta sexta-feira em público pela primeira vez desde que foi gravemente ferido numa tentativa de homicídio, lançando ataques aos seus opositores liberais e elogios ao homólogo húngaro.

Fico tem estado a recuperar em casa dos múltiplos ferimentos que sofreu no atentado de 15 de maio, quando foi baleado no abdómen enquanto cumprimentava apoiantes na cidade de Handlova, quase 140 quilómetros a nordeste da capital.

O suspeito, identificado apenas como J.C., foi imediatamente detido e enfrenta acusações de terrorismo.

O primeiro-ministro eslovaco discursou num palco durante uma reunião noturna para assinalar o 1.161º aniversário da chegada dos Santos Cirilo e Metódio, um feriado nacional no seu país. Os apoiantes aplaudiram-no de pé quando chegava ao Castelo de Devin, na capital.

No seu discurso, Fico, que esteve de pé no palco, atacou aquilo a que chamou ideologias liberais e progressistas e elogiou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, pelas suas recentes viagens a Kiev e a Moscovo, nos primeiros dias do início da presidência rotativa do Conselho da União Europeia, assumida pela Hungria no segundo semestre.

Fico afirmou mesmo que, se a sua saúde o permitisse, teria gostado de acompanhar o seu homólogo húngaro.

Orbán esteve com Putin esta sexta-feira

Orbán esteve na terça-feira na capital ucraniana, onde o Presidente Volodymyr Zelensky reiterou as suas exigências de retirada total dos russos do território ucraniano e de pagamento de reparações.

Esta sexta-feira, Orbán encontrou-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo, que afirmou ver o primeiro-ministro húngaro como um representante da União Europeia, apesar dos desmentidos de Bruxelas.

A ambiguidade da dupla função de Orbán, chefe do governo húngaro e presidente do Conselho da UE, irritou os parceiros europeus, que apoiam abertamente Kiev e cortaram relações com a Rússia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Fico pôs termo à ajuda militar do seu país à Ucrânia após a tomada de posse do seu governo de coligação, em 25 de outubro - também a Hungria recusa apoiar Kiev a combater a invasão russa. Fico também se opõe às sanções da União Europeia contra a Rússia e quer impedir a Ucrânia de aderir à NATO.

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