As autoridades russas detiveram o coronel Artyom Gorodilov, militar que liderou o batalhão responsável pelo massacre de Bucha, em 2022, por suspeitas de ter lesado o Estado em um milhão de rublos (cerca de 10.500 euros).
A Reuters, que cita a agência estatal russa TASS, escreve que Gordilov foi preso na quarta-feira, dia 3 de julho, e acusado de ter cometido fraude no valor de, pelo menos, um milhão de rublos.
Ao que tudo indica, o militar ficará em prisão preventiva durante, no mínimo, dois meses, apesar de se ter declarado inocente de todas as acusações. Se for condenado, arrisca uma pena de prisão de 10 anos.
Uma investigação do The New York Times havia dado conta que o coronel russo liderou a investida das forças militares fiéis a Moscovo contra a população de Bucha, na Ucrânia, cidade localizada nos subúrbios de Kiev, onde vários civis foram encontrados mortos com sinais de tortura, em 2022.
Rússia deteve vários oficiais nos últimos meses
Gordilov, que foi promovido pelos feitos alcançados durante a campanha militar russa na Ucrânia, é o mais recente oficial de alta patente das Forças Armadas russas a ser detido por acusações de corrupção, ao longo dos últimos meses.
Esta investida da Justiça russa que visa os altos cargos militares ganhou maior expressão após a destituição do ex-ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em maio.
O general Vadim Shamarin, vice-chefe do Estado-Maior encarregado das comunicações, foi detido preventivamente por um tribunal militar por suspeitas de corrupção, em maio, altura em que Yury Kuznetsov, chefe da principal direção de pessoal do Ministério da Defesa, foi detido pelos mesmo motivos.
Em abril, o vice-ministro da Defesa, Timur Ivanov, foi colocado em prisão preventiva por suspeitas de suborno, assim como o major-general Ivan Popov, antigo comandante do 58.º Exército russo.